Cará é um alimento energético, também conhecido como batata-inglesa. Apesar do nome, o tubérculo é originário da África, e chegou ao Brasil junto aos escravizados, ainda no século XVI. De nome científico Dioscorea Alata, a planta é da família Dioscoreaceae, a mesma do inhame, outra raiz popular na América Latina.
Apesar de ser mais popular na região do nordeste, o cará também é cultivado no sul, onde a variedade popular é clara e alongada, diferente da versão arredondada e marrom escura encontrada popularmente. Além disso, a espécie é uma planta herbácea trepadeira, com tubérculos subterrâneos, caule volúvel e folhas pequenas em formato de faca.
Cará é uma planta de clima tropical, isso significa que ela se desenvolve em altas temperaturas e ar úmido. O solo adequado para esse tipo de cultivo é o arenoso, com boa drenagem, matéria orgânica e ótima capacidade de retenção da umidade.
A propagação da espécie pode ser feita através do corte de tubérculos ou das sementes. As plantas surgem quando as condições ambientais são favoráveis, ou seja, quando a temperatura está entre 25 e 30 graus Celsius, e as chuvas são frequentes. O plantio precisa ser feito em covas altas, para que o cará tenha espaço para se desenvolver.
Para a realização da colheita, espere que a planta apresente uma quantidade considerável de folhas e ramos amarelos, quase secos. Depois de colhido, o cará deve ser lavado, selecionado, embalado e posto à sombra, para que não apodreça ou escureça com o tempo.
Os principais seres indesejáveis encontrados em culturas de cará são as formigas cortadeiras e nematoides, que atacam o tubérculo e apodrecem a planta. Doenças comumente causadas por microrganismos nocivos, como requeima, mosaico e antracnose, também são comuns.
O cará é um alimento rico em calorias, carboidratos, fibras, potássio, magnésio, fósforo e proteínas, e por isso, tem diversos benefícios para o organismo humano. Alguns deles são:
Cerca de 100 gramas de cará contém 2,6 gramas de fibras, o que faz com que o tubérculo ajude na melhora do funcionamento gastrointestinal. Como o consumo de fibras aumenta a saciedade, adotar uma dieta rica em cará pode ajudar a reduzir a fome durante o dia, consequentemente ajudando na perda de peso.
Um carboidrato que faz parte da composição do cará é o amido resistente. Essa substância ajuda a reduzir inflamações, eliminar toxinas e evitar infecções por bactérias, fungos e vírus. Assim, a ingestão desse tubérculo pode melhorar consideravelmente a função do sistema imune no combate à doenças.
Como mencionado anteriormente, o cará é um tubérculo rico em carboidrato. Sendo assim, o seu consumo pode contribuir para uma maior disposição física durante o dia, já que os carboidratos são conhecidos por oferecerem energia ao organismo.
A combinação de fibras e amido resistente fornece ao cará propriedades que ajudam a reduzir a absorção do açúcar no organismo humano. Desta maneira, o consumo do alimento pode servir como um controlador natural dos níveis de glicose, contribuindo para a dieta de pessoas que sofrem com diabetes, ou que são pré-dispostas.
O potássio, mineral encontrado em grandes quantidades no cará, promove o relaxamento das artérias e veias. Isso facilita a circulação de sangue no corpo, e evita alteração nos níveis de pressão sanguínea. Outro fator que pode ajudar é o fato do potássio favorecer a eliminação de sódio pela urina.
Por serem da mesma família, e terem diversas semelhanças, muitas pessoas os confundem. Porém, os tubérculos têm suas divergências. Enquanto o inhame é rico em vitaminas B6 e B9, e tem uma textura externa repleta de rachaduras e pequenos “pelos”, o cará possui maior teor de fibras e um formato arredondado, com pele lisa e um tom de amarelo arroxeado.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal da Amazônia (Ufam), desenvolveu um projeto para que a população de Caapiranga (AM) se beneficie da produção de farinha de cará. De acordo com os estudiosos, as universidades investem na criação de uma estrutura para a agricultura familiar, onde se produz a farinha.
Diferente das farinhas encontradas no mercado, a farinha de cará, de produção localizada em Caapiranga, não vai contar com aditivos químicos. Isso porque o seu processo de branqueamento é realizado apenas com água quente, por meio de técnicas ensinadas pelos pesquisadores.
A preparação do cará é semelhante a da mandioca ou a do inhame, algumas pessoas fazem seu cozimento para a produção de purê, farinha ou caldos. Entretanto, esse tubérculo também pode ser usado para pratos mais simples, como “chips” de cará. Confira a seguir a receita:
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