A carbon pawprint é uma medida que calcula as emissões de gases do efeito estufa emitidas por um animal de estimação. Similar à própria carbon footprint (pegada de carbono), todas essas emissões são convertidas em carbono equivalente para tratar os gases de efeito estufa de forma generalizada.
Assim como em seres humanos, quase todas as ações dos pets possuem um impacto ambiental. Os valores contabilizados pela carbon pawprint são equivalentes a todas as ações e hábitos relacionados aos animais de estimação, como sua alimentação e até suas necessidades fisiológicas.
Embora animais de estimação possuam uma pegada de carbono substancialmente grande, é possível diminuir esse número com algumas ações particulares e mudanças no estilo de vida do animal e do seu tutor.
De acordo com um livro publicado em 2009 intitulado “Time to eat the dog” (“Hora de comer o cachorro”), a carne usada na confecção de rações para cachorros possui o dobro da pegada de carbono do que dirigir 10 mil quilômetros em um SUV.
Além disso, uma pesquisa publicada em 2017 pelo professor do Instituto de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade da Califórnia, Gregory Okin, estimou que os 160 milhões de animais de estimação dos Estados Unidos eram responsáveis por 25% a 30% dos impactos ambientais do consumo de carne no país — o que equivale à 64 milhões de toneladas de CO2 anuais.
Por outro lado, outros especialistas mencionam que os cálculos dessa pesquisa são baseados em “suposições imprecisas”, uma vez que a maioria dos produtos animais, incluindo rações, são secundários da produção alimentícia dos seres humanos. (1)
Isso significa que, essencialmente, animais e seres humanos possuem a mesma fonte de proteína animal. O que muda são as partes da carne utilizadas na produção dos alimentos.
Portanto, é impossível contabilizar a carbon pawprint referente à alimentação dos pets, a não ser que o corte completo de carne seja instalado e todos os seres humanos virem vegetarianos. Ou, por outro lado, se a produção de alimentos animais fosse inteiramente separada da humana, como na Holanda.
No país, onde há essa separação, foi contabilizado que a carbon pawprint ao longo da vida de um cachorro que pesa entre 10 a 20 quilos é de aproximadamente 4,2 ou 17 toneladas de CO2.
Em geral, os animais de estimação contribuem para as emissões de gases do efeito estufa. Contudo, isso não significa que eles são os maiores culpados na história, uma vez que a maioria das ações humanas possuem um peso maior sobre o planeta.
Se você estiver preocupado com os possíveis impactos ambientais de um pet, sempre há opção de não adotá-los. Porém, esses animais possuem diversos benefícios à saúde mental e física, além de serem companheiros e fontes frequentes de felicidade para os seus tutores.
Por outro lado, essas preocupações são válidas e é possível reduzir a carbon pawprint do seu animal de estimação fazendo algumas mudanças. Confira à seguir alguns métodos:
Em média, cachorros produzem até 124 quilos de fezes todo ano. Quando não são descartados de forma consciente, ou seja, deixados na rua ou em locais impróprios, esses dejetos contribuem para a contaminação de rios, lagos e outros corpos d’água através da chuva. Um estudo de 2002 comprovou que as bactérias de dejetos de animais de estimação representam 20-30% do total de bactérias encontradas em bacias hidrográficas. (1)
Para o descarte das fezes de gatos, a questão é outra. Enquanto os dejetos de cachorros podem ser compostados, é mais difícil descartar as fezes dos gatos. A sua compostagem, por exemplo, só pode ser feita através da compostagem termofílica que atinge 73ºC. Portanto, para diminuir a carbon pawprint do seu companheiro felino, é importante escolher uma areia de materiais biodegradáveis, como papel reciclado, lascas de madeira, milho, sementes de erva, pinhos ou trigo.
O banho dos animais também possui um impacto ambiental. Além do óbvio desperdício de água, shampoos, condicionadores e outros produtos utilizados no processo contribuem para a poluição química derivada de substâncias tóxicas presentes nesses produtos.
Por isso, é possível fazer a substituição desses produtos com alternativas mais naturais ou eco-friendly.
O controle da população de animais de estimação, como cães e gatos contribui para diminuir a carbon pawprint em geral. Para fazer isso, é necessário castrar seus bichinhos para reduzir o impacto gerado pelos dejetos desses animais.
Roupas, brinquedos, tigelas de comida e diversos outros produtos utilizados por animais podem ser feitos de maneira mais ecológica. Substitua o plástico por materiais biodegradáveis, como o bambu e o algodão.
Como já mencionado, a alimentação animal pode ser considerada uma das maiores contribuintes dentro da carbon pawprint. Entretanto, o valor real dessas emissões só poderia ser contabilizado a partir da separação desses alimentos da produção humana.
Ainda é possível controlar essas emissões, mas com uma mudança alimentar talvez um pouco brusca. Enquanto os cachorros podem viver em uma dieta vegana, que foi considerada mais saudável que dietas convencionais, essa mudança deve ser acompanhada por veterinários e nutricionistas especializados.
Já os gatos são carnívoros por natureza e precisam da proteína animal para sobreviver. Logo, uma mudança na dieta desses animais para reduzir a sua carbon pawprint pode ser mais difícil.
Prefira marcas conscientes, que utilizam materiais biodegradáveis em suas embalagens ou que produzem os seus alimentos de forma mais sustentável.
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