Carne de Vitela é um alimento derivado do bezerro. Ela é um subproduto da indústria do leite, já que é feita com a carne dos filhotes das vacas que produzem a bebida. Para a produção da carne de vitela, o animal precisa ser abatido antes mesmo de completar um ano de idade. Isso porque, após o primeiro ano, ele passa a ser considerado carne de bife.
A carne de vitela recebe muitas críticas devido à crueldade que está envolvida em sua produção. Afinal, os bezerros não são apenas retirados do lado da mãe, como também são forçados a viverem em gaiolas pequenas, onde não têm espaço para se mover ou se desenvolver.
É comum que o bezerro seja abatido por volta dos seis ou sete meses de vida para a produção da carne de vitela. No entanto, essa morte pode acontecer antes do esperado, logo depois de seu nascimento, se a fazenda responsável pela produção decidir assim.
A carne de vitela tem um tom rosado, porque a maioria dos bezerros sofrem de anemia enquanto estão vivos. Isso acontece pois eles são alimentados apenas com um substituto do leite materno, e não são permitidos de se movimentar e desenvolver os músculos. Essa junção de situações fazem com que o animal se torne fraco e doente.
Essas crueldades são praticadas propositalmente, já que nessas condições a carne de vitela se torna mais macia e sua textura fica refinada. Resultado geralmente procurado pelo consumidor deste tipo de alimento.
Existem três tipos de carne de vitela no mercado, cada uma delas depende do tempo de vida do animal até o seu abatimento. Confira a seguir quais são:
A carne de vitela rosada é produzida quando o bezerro está próximo de completar um ano de vida. Desta forma, os animais são abatidos apenas depois de completarem seis meses de idade.
Cerca de 15% da carne de vitela que se encontra no mercado é do tipo Bob. Ela é feita a partir de bezerros recém-nascidos. Ou seja, animais que vivem até pelo menos três semanas de vida, ou até chegarem a um peso de 150 quilos.
Este tipo de carne de vitela é resultado do abatimento de bezerros que acabaram de nascer, ou que nasceram mortos. Em alguns países, como no Canadá e nos Estados Unidos, este tipo de corte é proibido. No Brasil não existe nenhuma legislação a respeito.
Existem diversos níveis na produção da carne de vitela, cada um mais cruel que o outro. O primeiro é a separação dos bezerros de sua mãe. Devido ao fato de que a vaca só engravida para a produção do leite, seu filhote é retirado de seus cuidados antes mesmo de poderem ter algum tipo de interação.
Essa ação beneficia tanto a produção de leite como a de carne de vitela. Afinal, um bezerro que não recebe os nutrientes necessários do leite materno, tem uma carne mais macia. Por criarem um laço forte com seus filhotes, as vacas choram ao serem separadas de seus filhos. Algumas vezes chegando até a recusar alimentação em sinal de tristeza.
Após essa separação, as vacas são superexploradas por máquinas de extração de leite. Muitas vezes, elas têm suas mamas inflamadas, quadro também chamado de mastite. Por isso recebem doses elevadas de antibióticos. Medicamentos estes que vão parar em fórmulas de leite de pó de bebês e pratos de adultos que contêm leite como ingrediente, como iogurtes, bolos e shakes.
Para piorar, esses antibióticos vão parar no meio ambiente por meio da secreção desses animais e são responsáveis pelo surgimento de superbactérias e, consequentemente, epidemias e pandemias.
Depois da separação, os bezerros são transportados para fazendas de criação de carne de vitela. Como as fazendas de produção de leite costumam trabalhar apenas com este tipo de produto, esses animais são muitas vezes vendidos para outros comércios.
Enquanto esses animais são transportados para a produção de carne de vitela, eles passam por diversas dificuldades. Desde a falta de espaço, fome, sede até o cansaço de viagens longas.
Um estudo publicado em 2020, pela revista Frontiers in Veterinary Science, descobriu que os problemas de saúde dos bezerros aumentaram durante seu transporte. Neste período de tempo eles adquiriram olhos inchados e ressecados, desidratação, inflamação no umbigo e problemas respiratórios.
Os bezerros são abatidos ainda muito jovens para a produção de carne de vitela. Eles ficam tão fracos pela alimentação fraca, que alguns mal conseguem andar na linha de abatimento. Ainda no chão, o abatedor os deixa inconsciente com uma pistola de dardo cativo ou choque elétrico.
Logo em seguida, os bezerros são pendurados com sua cabeça para baixo e seus pescoços são cortados. Desta forma, o sangue escorre do corpo. Se o processo for feito com descuido, os animais podem ficar conscientes enquanto sua garganta é cortada, algo que não é recomendado dentro da indústria.
O processo de criação da carne de vitela é pura tortura para animais como o bezerro e a vaca. Além da separação da mãe, da alimentação pobre em nutrientes e da morte cruel, existem outras ocasiões que tornam o curto período de vida desses animais um inferno.
Para impedir que o bezerro se mova, são usadas gaiolas ou jaulas estreitas. Essa ação é tomada pois o ato de correr, andar e pular ajuda a carne de vitela a ficar mais dura. Como uma forma de impedir que isso aconteça, e deixar o alimento o mais macio possível, esses animais têm sua liberdade negada.
Muitas vezes, para segurar o bezerro dentro da gaiola, os produtores de carne de vitela os prendem dentro do objeto. Utilizando de correntes para que o animal fique no local de qualquer jeito.
Cerca de 40% dos bezerros sofrem de artrite ou dores profundas nas juntas, isso em decorrência ao seu crescimento interrompido pelas gaiolas. Devido ao pouco espaço desses objetos, os bezerros desenvolvem músculos fracos e muitas vezes atrofiados.
O estresse de terem sidos retirados dos braços maternos, e o fato de serem mantidos em cativeiro, faz com que muitos bezerros assumam atitudes repetitivas anormais. Essas atitudes podem ser de morder as gaiolas, se tornarem letárgicos ou enrolar suas próprias línguas.
Para reduzir esse tipo de efeito colateral, é preciso dar um espaço maior para a vivência do animal. Colocá-lo na companhia de um grupo da mesma espécie também pode ajudar a melhorar suas ações sociais.
A falta da amamentação tem impacto negativo gigantesco no desenvolvimento dos bezerros de carne de vitela. Por terem uma dieta baseada em líquidos, a fórmula que substitui o leite materno, eles encontram dificuldades de digerir sua comida e absorver seus nutrientes. A falta de ferro na sua alimentação geralmente os deixa anêmicos.
Na produção de carne de vitela, os bezerros são mais propensos a desenvolverem úlceras e dores fortes no estômago. Esses efeitos colaterais são propositais, já que os produtores precisam do animal fraco para ter uma carne mais macia.
Como uma forma de impedir uma epidemia de doenças nos bezerros de produção da carne de vitela, os produtores costumam alimentá-los com antibióticos. Esse uso se torna irresponsável, e muitas vezes os animais morrem em decorrência de overdose do remédio. De acordo com estudo da revista Journal Of Veterinary Internal Medicine.
Por não terem um crescimento normal, ao lado da mãe, os bezerros não recebem os tipos de anticorpos necessários para o seu bem-estar. O que significa que eles estão mais propensos a desenvolverem doenças como pneumonia, problemas respiratórios, otitis — infecções no ouvido —, diarreia e sépsis.
Além de todas as crueldades citadas acima, esses animais ainda sofrem com a violência física. Existem denúncias que provam que os bezerros deste tipo de produção podem ser chutados, pisoteados e violentados em suas fazendas de criação.
Carne de vitela humanizada não existe. Para ativistas do movimento vegano, não é possível criar bezerros para carne de vitela sem nenhum tipo de crueldade. Afinal, para que não existisse crueldade nenhuma, eles não deveriam nem ser abatidos em primeiro lugar.
No entanto, existem produtores que se denominam “carne de vitela humanizada”. Isso significa que eles não prendem o animal em gaiolas, dão espaço o suficiente para o bezerro. Algumas fazendas também optam pela alimentação feita com grãos, além da fórmula usada como substituto do leite.
Se você está se perguntando como parar com toda essa crueldade, então a resposta é simples: pare de consumir leite e carne de vitela. Se as vacas não precisassem produzir leite para os seres humanos, não haveria nenhum bezerro separado de sua mãe.
Da mesma forma, se não houvesse demanda por carne de vitela, não haveria nenhum animal morto. O consumo destes alimentos incentiva cada vez mais a sua indústria, o que faz com que a crueldade contra esses animais cresça mais e mais todos os dias.
Logo, a melhor forma de diminuir a crueldade animal é evitar consumir suas partes e secreções. O ideal é cortar todo e qualquer tipo de consumo de carne da dieta, para que a indústria da carne pare de causar mal aos animais e ao meio ambiente.
Mas, se isso for um processo difícil e demorado para você, é possível começar cortando a carne de vitela de sua dieta. Aos poucos, é possível adotar uma alimentação totalmente livre de crueldade e plant-based (baseada em vegetais).
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