Em artigo publicado este mês na revista Nature Communications, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, da Universidade de Greifswald e da Universidade de Augsburg revelam as descobertas preocupantes de um estudo conjunto sobre o impacto da produção global de alimentos para as mudanças climáticas. Segundo a equipe, o processo de produção de carne orgânica é responsável pela emissão de praticamente as mesmas quantidades de gases do efeito estufa que o processo convencional.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram as emissões relacionadas à produção de alimentos. O primeiro passo foi classificar os produtos alimentícios em três categorias principais: produção de carne convencional, produção de carne orgânica e produção de alimentos à base de vegetais. Eles também levaram em consideração as emissões produzidas durante os diferentes estágios do processo de produção – como, por exemplo, o impacto do gás metano liberado pelos animais e seu estrume, bem como do cultivo e processamento de rações e fertilizantes.
Os dados revelaram pouca diferença nas emissões de gases de efeito estufa da produção convencional de carne e aquela cultivada organicamente. Eles descobriram que as reduções de emissões por animais cultivados de maneira orgânica (nos quais o fertilizante não é usado para produzir ração) eram frequentemente compensadas por aumentos no metano liberado, em razão das taxas de crescimento mais lentas e da necessidade de criar mais animais, já que animais alimentados organicamente tendem a produzir menos carne.
Além disso, os pesquisadores ainda descobriram que os frangos cultivados organicamente produziam ligeiramente mais emissões do que os cultivados convencionalmente. Por outro lado, a carne suína orgânica teve um saldo positivo, produzindo menos emissões do que a convencional.
Os pesquisadores sugerem a necessidade da implantação de impostos sobre a carne que reflitam o custo ambiental de sua produção. Eles calcularam que esse imposto para a carne bovina convencional aumentaria seu preço em aproximadamente 40%, enquanto o valor da carne orgânica teria um aumento de apenas 25%, uma vez que essa alternativa já é mais cara do que a carne normal. Os preços de produtos de origem animal, como queijo ou leite, também subiriam. Os valores de produtos à base de plantas, por sua vez, permaneceriam praticamente iguais.
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