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Com o aplicativo, menos carros circularão no campus da UFRJ, o que diminuirá emissões

Imagem: divulgação

O aplicativo Caronaê, de compartilhamento de veículos, foi lançado em 4 de abril por alunos do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Governador, zona norte da cidade. A nova ferramenta vai atender estudantes, professores e servidores da instituição, entre 70 mil a 90 mil pessoas que passam diariamente por lá.

A iniciativa surgiu a partir do concurso “Soluções Sustentáveis”, promovido pelo Fundo Verde da UFRJ. Um grupo de estudantes de graduação da Escola Politécnica, da Coppe e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ desenvolveu um projeto de caronas, que acabou saindo vencedor do concurso.

O projeto se baseou em três elementos: o aplicativo para facilitar a organização dos caronas; um ponto físico para promover o encontro na Cidade Universitária, funcionando como ponto de convivência e sociabilidade; e uma campanha de marketing para promover a mudança cultural e fazer com que as pessoas entrem na nova realidade.

“Fico feliz em ter participado de todas as etapas e de ver o projeto nascer”, comemorou Gabriel Tenenbaum, que cursou mestrado em engenharia de transportes no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe-UFRJ) e participou da equipe.

Tenenbaum disse que, para se cadastrar no Caronaê, é preciso ter algum vínculo com a universidade. “Se você estuda, é funcionário, é professor, está habilitado a entrar no aplicativo.” Como o projeto tem vinculação com o Facebook, a rede dá o perfil do caronista e diz quantos amigos ele tem em comum, o que facilita a participação.

Além disso, a convivência de pessoas no campus acaba aumentando a sensação de segurança, porque, na Cidade Universitária, os equipamentos ficam distantes entre si. “A gente tem a possibilidade de tornar mais vivo o campus, disse Tenenbaum. “Fico feliz em estar saindo do Fundão (como é conhecida a Cidade Universitária) com um projeto legal, que conseguiu ser colocado em prática.”

Imagem: divulgação

Conscientização

Para Michel Balassiano, um dos criadores do Caronaê, aluno de Engenharia Civil da Escola Politécnica da UFRJ, a vantagem do aplicativo é que ele é feito com a finalidade de atingir o público da UFRJ, levando em consideração as especificidades e características da Cidade Universitária. “O grande diferencial do projeto é que ele é feito por pessoas que sentem o problema de acesso ao Fundão e de mobilidade. Nós sofremos isso, damos carona, sentimos o problema”, destacou.

Michel Balassiano acredita que se todas as pessoas que tiverem vínculo com a universidade entrarem no Caronaê, “a gente está falando de um universo em torno de 70 mil pessoas”. A expectativa inicial é que 7 mil pessoas utilizem o aplicativo no primeiro semestre, ou seja, 10% do potencial existente. A tendência, comentou, é que ao longo do tempo a comunidade “compre a ideia” e acabe usando o aplicativo, seja para oferecer ou para pegar carona.

Tutor do projeto em sua fase inicial, o professor Ronaldo Balassiano, do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe-UFRJ, ressaltou a importância do projeto não só para a Cidade Universitária, mas para a cidade do Rio de Janeiro. Segundo ele, o grande benefício que o aplicativo pode gerar para a universidade é tentar reduzir o número de carros que chegam à Ilha do Fundão todos os dias, em especial nos horários de pico, muitos com apenas uma pessoa. Havendo boa aderência ao projeto, o professor indicou que haverá um número maior de pessoas viajando em cada carro. “Com isso, você diminui o número de carros que chegam e saem da universidade e deve reduzir a demanda por estacionamento. Mas, acima de tudo, a gente passa a ter uma conscientização de que usar o carro hoje está muito caro”.

Meio ambiente

Com menos carros na rua, o especialista destacou que, além de contribuir para diminuir congestionamentos, as pessoas acabam favorecendo o meio ambiente, na medida em que há redução de emissões de combustíveis fósseis. “É preciso que as pessoas se conscientizem de que é possível não usar seus carros todos os dias da semana”, disse. “Eu acho que a gente vai gerar um modelo que pode ser replicado para toda a cidade, para toda a região metropolitana do Rio de Janeiro.” O professor de engenharia de transporte afirmou que a importância do projeto é que ele possa ser multiplicado em outras áreas, para que o Rio de Janeiro tenha um efeito de redução de impacto no sistema de transporte.

Ronaldo Balassiano informou que quando o Fundo Verde foi criado, seu objetivo era fazer da UFRJ um laboratório de estratégias e projetos visando sustentabilidade. Dentre os outros projetos já implementados no campus há um estacionamento, cujo telhado é composto de placas solares que geram energia para abastecimento de algumas áreas do local.

O aplicativo Caronaê será disponibilizado gratuitamente para smartphones que utilizam o sistema Android, e, posteriormente, o sistema iOS (iPhone). Integram também a equipe responsável pelo projeto os alunos de graduação de engenharia de computação da UFRJ, Igor Rocha; Manuel Meyer, de engenharia ambiental; Cecília Galli, de engenharia de materiais; e a arquiteta Luísa Teixeira, da Faculdade de Arquitetura.

Fonte: Agência Brasil

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