A Rede Internacional de Bambu (Inbar, na sigla em inglês), organização com sede na Ásia e dedicada à redução da pobreza, pretende, junto com países africanos, dar início a ideia do uso do carvão extraído do bambu entre as famílias da região subsaariana para reduzir o uso de madeira para lenha.
Sucessos iniciais com carvão de bambu na Etiópia e Gana, que colocaram a biomassa de bambu no centro das políticas de energia renovável, estão estimulando o interesse dos países em todo o continente.
O bambu é uma das plantas que mais cresce no planeta e produz grandes quantidades de biomassa, tornando-se uma fonte de energia ideal. Bambus tropicais podem ser colhidos depois de apenas três anos, em vez das duas a seis décadas necessárias para gerar uma floresta de madeira.
A planta de bambu inteira, incluindo o tronco ramo, e seus rizomas, pode ser usada para produzir carvão vegetal, tornando-se altamente eficiente como recurso. Seu poder de aquecimento alto também é importante para o seu valor como combustível.
O carvão vegetal é feito por meio da queima controlada de bambu em fornos, seja tradicional, metal ou tijolo. “O bambu cresce naturalmente em todo o continente e se apresenta como uma alternativa viável, mais limpa e sustentável do que a lenha”, afirmou J. Coosje Hoogendoorn, diretor geral da Inbar.
Hoogerdoorn também lembra: “Sem essa alternativa, o carvão vegetal proveniente da madeira continuará a ser a fonte primária de energia nas próximas décadas, o que acarreta consequências desastrosas”.
Cientistas acreditam que a queima de madeira por famílias africanas pode liberar 6,7 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera até 2050. Além disso, a fumaça emitida pela queima de madeira é responsável indiretamente pela morte de dois milhões de pessoas por ano, principalmente mulheres e crianças. Até 2030, estima-se a morte prematura de 10 milhões de pessoas devido à inalação de gases que vêm da queima da madeira.
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