O maior aterro sanitário da América Latina, fechado em junho, reabrirá com novos objetivos
O aterro sanitário de Gramacho, localizado no Rio de Janeiro e o maior da América Latina, vai se tornar um grande polo de reciclagem. O secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, assinou, em 22 de junho de 2012, um convênio com a Secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE) de mais de nove milhões de reais para a realização do projeto de Inclusão Socioprodutiva do Rio de Janeiro.
Além disso, Carlos Minc assinou, junto com Fundação Banco do Brasil e com o Banco Nacional de Desenvolvimento um termo que os compromete a finalizarem a criação do polo, que levará o nome de Polo de Reciclagem de Gramacho, localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Segundo o secretário, com a construção do polo de Gramacho os catadores poderão se especializar e trabalhar em galpões, centros de triagem e coletas seletivas. Já para o presidente da Associação dos catadores de Jardim Gramacho, Sebastião Santos, o acordo vai possibilitar que o bairro passe por uma reestruturação. R$ 1,5 milhão, obtidos pela secretaria do Meio Ambiente, e mais R$ 3 milhões serão investidos pela Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), por meio da Petrobras, para a construção do polo.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cedeu a área de 41 mil metros quadrados por 20 anos para realização do projeto, que se concretizou graças às reinvindicações dos catadores de lixo do aterro sanitário de Gramacho, que estava fechado após 34 anos de funcionamento.
Documentários
O aterro de Gramacho já serviu de cenário para algumas produções. O documentário indicado ao Oscar em 2010, “Lixo Extraordinário“, de Lucy Walker, acompanhou o artista plástico Vik Muniz na reprodução de fotos em grandes retratos feitos com amontoados de lixo.
Já a população que vive em torno do lixão serviu como fonte de inspiração para o premiado “Estamira“, de Marcos Prado. O título do filme era o nome de uma catadora então com 63 anos de idade e que há 20 trabalhava no aterro de Gramacho. Caminhando no meio termo entre a sanidade e a insanidade, a personagem discursava sobre questões globais, como o destino do lixo produzido pela sociedade. Estamira falaceu em julho de 2011, com 70 anos. Confira o trailer abaixo:
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