A cetamina, também chamada de ketamina, é uma substância utilizada nas áreas médica e veterinária como um anestésico e sedativo. Contudo, em outros casos, ela também é usada como droga ilícita de uso recreacional.
Como droga dissociativa, a cetamina atua em substâncias químicas no cérebro, produzindo distorções auditivas e visuais e reproduzindo efeitos similares a alguns alucinógenos, como o LSD. Por outro lado, ela também pode sedar, incapacitar e causar perda de memória recente em algumas pessoas.
No Brasil, o uso da cetamina é legal como anestésico e analgésico e em alguns medicamentos para o tratamento de depressão. Esse uso da substância começou a ser explorado pela comunidade médica no ano de 2000 em um estudo realizado pela Universidade de Yale.
Não existe uso seguro e controlado da cetamina como droga recreacional. A sua utilização deve ser inteiramente prescrita por especialistas da área de saúde, dentro dos padrões aceitos pela Anvisa — como anestésico, analgésico e outros tipos de medicamentos.
Contudo, o seu uso recreacional ainda é procurado por seus efeitos, que podem variar de acordo com diversos fatores como saúde, peso, quantidade tomada, força da droga e costume. Entre os possíveis efeitos da cetamina estão:
Já em doses prescritas, os efeitos colaterais da cetamina envolvem:
Dentro da medicina, a cetamina possui diversos usos aprovados, seguros e com embasamento científico para cobrir seus efeitos positivos em algumas situações.
Seu uso mais comum dentro da medicina é para induzir anestesia geral sozinha ou com outros anestésicos gerais. Em prontos-socorros, ele produz sedação na redução de fraturas, tratamento de luxações articulares e reparação de feridas em indivíduos não cooperativos, como crianças.
Como analgésico, a cetamina é usada em doses pequenas para aliviar dores de algumas condições como fraturas e traumas.
O estado de mal epiléptico é uma forma do estado epiléptico caracterizado por convulsões que duram mais de cinco minutos ou mais de uma convulsão em menos de cinco minutos. Pacientes de EME não respondem à maioria dos medicamentos no mercado, potencializando os riscos da condição. Porém, uma pesquisa de 2015 indicou que a cetamina pode ser usada efetivamente no tratamento do EME.
Desde o primeiro ensaio clínico randomizado realizado por Yale, a cetamina é estudada por seus efeitos antidepressivos. Em 2019, por exemplo, seu uso foi reconhecido e regulado pelo Food and Drug Administration dos Estados Unidos.
Já no Brasil, a regulamentação de antidepressivos à base de cetamina ocorreu em 2020, com um medicamento inalável capaz de ajudar no tratamento da depressão.
Embora o tratamento com cetamina seja regulamentado, o uso de outros antidepressivos ainda é mais comum. Especialistas recorrem à medicamentos à base dessa substância em poucos casos, preferindo métodos convencionais.
A Administração de Repressão às Drogas dos Estados Unidos alega que a substância tem um potencial moderado a baixo de dependência física e psicológica.
No tratamento da ansiedade, contudo, a aplicação de cetamina não é regulamentada e requer mais estudos. Entretanto, um ensaio clínico de 2017 concluiu que a substância responde ao tratamento eficaz do transtorno de ansiedade social.
No organismo, a cetamina age inibindo receptores de HCN1, uma proteína responsável pela atividade rítmica espontânea no coração e no cérebro. Em doses altas, também pode se ligar aos receptores opioides mu e sigma. Ela também interrompe o neurotransmissor glutamato, que está envolvido na aprendizagem, memória, emoção e reconhecimento da dor.
Por conta de seus efeitos alucinógenos, a cetamina é utilizada como droga recreacional embora sua proibição. A droga pode ser injetada, cheirada ou consumida oralmente e pode levar à overdose e até a morte. Além disso, ela pode ser utilizada em conjunto com outras substâncias como a cocaína, MDMA e anfetaminas.
Acredita-se que a popularização de seu uso recreacional tenha surgido na década de 70 como uma droga de boate — usada, na maioria das vezes, dentro de festas como raves e festivais. Após o seu primeiro boom entre a população jovem, a cetamina foi usada como droga de estupro por seus efeitos sedativos.
O abuso da cetamina em longo termo pode causar:
Um dos efeitos mais conhecidos da droga é a síndrome da bexiga de cetamina — um tipo de inflamação e dano da bexiga resultante do uso constante da droga. Essa condição é caracterizada pela dificuldade em segurar a urina e incontinência, que pode causar ulceração na bexiga.
Fora do uso clínico, a cetamina é proibida por lei. Seus efeitos, embora, muitas vezes rápidos, podem afetar permanentemente a mente humana, desencadeando problemas maiores e dependência psicológica.
Se estiver sob o efeito da substância, procure ajuda. Confira o site dos Narcóticos Anônimos para mais informações sobre reuniões ou acesse sua linha de ajuda.
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