Voltada a negócios de impacto amazônicos, iniciativa contabiliza mais do que o dobro de inscritos em relação a 2018
A Chamada de Negócios da PPA 2019 recebeu 201 inscrições em pouco mais de um mês. É mais do que o dobro em relação à edição do ano passado, que contabilizou 81 inscrições.
Realizada pela Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) com apoio técnico da Pipe Social, a Chamada é voltada a empreendedores, startups, organizações, negócios de base comunitária, redes de pessoas/coletivos, instituições e empresas em estágio inicial voltados à conservação da floresta, valorização da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável na Amazônia.
A iniciativa recebeu inscrições de todas as regiões do Brasil, com grande concentração no norte do país – 30% dos inscritos são do estado do Amazonas e 26% do Pará, e há também propostas do Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Amapá e Acre. A Chamada abriu a possibilidade de inscrição de iniciativas de outras regiões, desde que assumissem o compromisso de iniciar operação na Amazônia nos próximos seis meses.
Os negócios inscritos atuam nas áreas de agricultura e pecuária sustentável (24%), manejo e produção florestal sustentável (23%), produtos e serviços ambientais (20%), educação para conservação do meio ambiente (9%), mitigação/adaptação das mudanças climáticas (4%), tratamento de resíduos/lixo com benefícios para populações e comunidades rurais (14%) e monitoramento/combate a atividade ilegais (1%).
Boa parte das iniciativas estão em fase de organização para ganho de escala, mas há empreendimentos em todas as fases, desde a ideação, validação, prototipagem, piloto, até tração, pré-escala e escala. Os negócios também se relacionam com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com maior concentração nos ODS de número 12 (Produção e Consumo Sustentável), 08 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e 02 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).
Para Mariano Cenamo, Diretor de Novos Negócios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Coordenador Executivo da PPA, o resultado da Chamada surpreendeu não só pela quantidade, mas pela diversidade de negócios inscritos: “A qualidade e o estágio de desenvolvimento desses negócios são surpreendentes. Tivemos desde negócios bem pequenos e promissores de associações e cooperativas comunitárias de produtores rurais, startups em estágio inicial, com ideias extremamente inovadoras, até empresas já consolidadas, com faturamento acima de R$ 5 milhões, que trabalham com cadeias de valor fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Foi um desafio muito grande selecionar os 30 negócios que irão para a próxima fase do processo seletivo, mas estamos seguros que o resultado já é extremamente impactante”.
Do total de 201 inscritos, 36 negócios foram classificados para a próxima fase da Chamada – que inclui entrevistas e visitas aos empreendimentos – e concorrem à participação em rodada de negócios com investidores para aporte financeiro de até R$ 800 mil e a vagas no Programa de Aceleração da PPA, que inclui capacitações temáticas presenciais, mentorias personalizadas, coworking, assessorias jurídica, contábil, marketing e branding, além de bolsas para participação em formações e eventos.
A soma do faturamento anual dos negócios inscritos dá um valor da ordem de R$ 44 milhões, e a demanda total de investimento dos negócios inscritos é de R$ 187 milhões. Dos 201 negócios, 47% se inscreveram para participar do Programa de Aceleração e da rodada de negócios.
Para Livia Hollerbach, da Pipe.Social, o aumento do número de negócios inscritos traz “mais oportunidades para fomentar uma economia de floresta sustentável e mais inovação para enfrentar desafios sociais e ambientais na região Amazônica. E para o setor de Negócios de Impacto, celebramos o fortalecimento da região Norte do país, que começa a atrair atenção de investidores e organizações de apoio aos empreendedores de impacto. Uma conquista importante da plataforma PPA que pode e deve inspirar iniciativas em outras regiões do Brasil.” Confira mais detalhes no infográfico a seguir: