Um relatório publicado pela Unicef revelou que cerca de 800 milhões de crianças apresentaram valores elevados de chumbo no sangue. O dado é preocupante, pois o chumbo é um elemento tóxico que pode causar danos cerebrais permanentes. Níveis baixos de intoxicação já podem ser fatais, ou causar dores de estômago, danos cerebrais e coma.
Quando os carros são mencionados como um problema normalmente a questão envolve poluição atmosférica, acidentes, estresse e congestionamento. Mas um problema menos conhecido é a poluição gerada pelas baterias automotivas. Esses componentes possuem quantidades relevantes de chumbo, e metade das baterias não é reciclada de forma responsável, o que aumenta os danos ao meio ambiente e às pessoas.
Com o maior número de veículos motorizados nas ruas, o cenário se torna desafiador, principalmente nos países em desenvolvimento. O número de veículos motorizados triplicou em países de renda baixa e média nos últimos 20 anos, o que por sua vez leva a um aumento acentuado das baterias contendo chumbo.
As crianças são particularmente vulneráveis aos danos cerebrais da intoxicação por chumbo. Esses danos podem surgir lentamente, já que o chumbo se bioacumula no organismo ao longo do tempo. O sintoma mais comum é letargia devido à anemia que surge depois que os altos níveis de chumbo entram no sangue, medula óssea, sistema nervoso e rins. A intoxicação também pode causar diminuição do QI e problemas comportamentais que podem durar por toda a vida.
Canos de água, tintas, poluição industrial, brinquedos, maquiagens, alimentos enlatados, temperos e baterias de carro são as principais fontes de intoxicação por chumbo. Indiretamente, os países podem sofrer enormes perdas de renda à medida que as crianças crescem com essas fontes de exposição ao chumbo. Como adultos, muitas vezes não são capazes de contribuir de forma ideal para a economia social.
A intoxicação por chumbo em crianças pode ocorrer desde o útero e causar transtornos como autismo, Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e prejuízo às funções cognitivas. As toxinas ambientais encontradas durante a gravidez podem afetar não só o desenvolvimento do bebê, mas também a saúde da própria mãe. Mas há uma questão de classe relevante: as crianças de países de renda baixa e média apresentam níveis de intoxicação muito mais altos do que em crianças de países desenvolvidos, como a Noruega.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais