A cidade de Haarlem, na Holanda, tornou-se a primeira no mundo a proibir propagandas de carne como uma resposta às emissões de gases do efeito estufa derivadas da pecuária. A proibição está definida para 2024 e só foi adiada por conta de contratos já existentes com empresas que comercializam esse tipo de produto.
A carne já foi apontada como vilã do meio ambiente e da saúde por diversas pesquisas. Desse modo, sem apoio da comunidade científica e médica, a agropecuária conta, em grande parte, com propagandas que apoiam e estimulam seu consumo.
Atualmente, estima-se que essa indústria seja responsável por 60% das emissões resultantes da produção de alimentos — que, por sua vez, representa um terço de todas as emissões globais.
Diversos fatores da indústria agropecuária contribuem para a crise ambiental, como o desmatamento para abertura de campos de pasto e o uso de fertilizantes ricos em nitrogênio, que podem resultar na poluição da água. Além disso, o próprio gado é responsável por uma parcela das emissões de gases do efeito estufa pela sua abundante produção do gás metano.
Em frente à crise climática e os outros problemas derivados do aquecimento global, representantes de Haarlem tomaram a decisão de banir propagandas que estimulam o consumo de carne publicamente. Locais como ônibus, abrigos e telas em espaços públicos não poderão reproduzir nenhum tipo de conteúdo relacionado ao alimento a partir do ano de 2024.
Com 160 mil habitantes e ao oeste de Amsterdam, a cidade de Haarlem se tornará a primeira a conseguir esse marco fundamental para a reversão dos efeitos das mudanças climáticas.
Embora positiva, a solução não foi bem aceita por uma parte da população local. De acordo com o que foi relatado pelo The Guardian, portal que cobriu a notícia, alguns moradores acreditam que a proibição é um tipo de restrição contra a liberdade de expressão.
Entretanto, a mudança pode ajudar na meta estipulada pela União Europeia, que tem o objetivo de alcançar zero emissões líquidas de carbono até 2050. De acordo com a organização Greenpeace, para que isso aconteça, é necessário reduzir o consumo de carne para 24 quilos por pessoa por ano.
Desse modo, a proibição e divulgação do ato pode aumentar o conhecimento público para os impactos ambientais da produção de carne, estimulando mais pessoas a cortar o consumo do alimento.
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