A cidade mais poluída do mundo, segundo levantamento realizado pela empresa IQAir, da Suíça, é Begurasai, que fica na Índia. O país, aliás, tem 26 cidades entre as 50 mais tóxicas do mundo. No entanto, pesquisas do gênero devem ser feitas regularmente, porque os índices costumam variar de ano para ano.
Regionalmente, o sul da Ásia, Sudeste Asiático e a Ásia Ocidental apresentam os maiores índices de poluição por partículas finas (PM2.5) em geral, com apenas seis das 355 cidades incluídas no cumprimento das metas anuais da OMS. As cidades nessas regiões também têm uma alta classificação no topo do ranking global de cidades. Das 30 principais cidades com o ar mais poluído do mundo em 2019, 21 estão localizadas na Índia, 27 no Sul da Ásia e todas as 30 principais cidades na Grande Ásia.
Por isso, a Ásia tem sido líder em poluição do ar no último século, com municípios na Índia, Paquistão e China frequentemente figurando entre as primeiras posições de rankings das cidades mais poluídas do mundo.
O problema na região é tão grande que, em 2021, um tribunal da França anulou a deportação de um homem de 40 anos, que sofria de asma, para Bangladesh, afirmando que os altos índices de poluição do ar em seu país de origem representavam uma grave ameaça à sua vida. De fato, o país já foi considerado o local com a pior qualidade do ar do mundo.
Segundo a decisão, desde que chegou à França, a capacidade respiratória do imigrante aumentou de 58% para 70%.
Mas nem sempre foi assim. Embora a Europa tenha baixos índices de poluição do ar em comparação com o resto do mundo, especialmente com a região asiática, Londres era conhecida pela poluição a partir do século 19 até a primeira metade do século 20.
Além disso, estima-se que apenas nove de 134 países apresentam qualidade do ar dentro dos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), dentre elas a Nova Zelândia e a Austrália.
Cidades brasileiras não são destaque no relatório elaborado pela empresa suíça, Iqair, mas o Brasil aparece entre os 50 países mais poluídos do mundo, na categoria moderada. Um dos principais fatores que levam à poluição do ar no país e podem elevar o risco de problemas de saúde entre a população é o alto índice de queimadas agrícolas. Vale lembrar que o número de incêndios no país aumentou significativamente em 2019, embora tenham sido ainda maiores em alguns períodos entre 2002 e 2010.
O relatório leva em conta os níveis de PM2.5, partículas finas inaláveis que constituem um elemento de poluição atmosférica. Pesquisas apontam que a concentração desse tipo de partícula em grande quantidade provoca mais mortes e doenças do que todas as outras exposições ambientais juntas.
De acordo com a OMS, 9 em cada 10 pessoas respiram um ar que excede os limites aceitáveis de poluentes. Ainda segundo a instituição, a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas no mundo todos os anos. Países de baixa e média renda costumam apresentar exposições mais altas. Tráfego intenso de veículos, queima de combustíveis fósseis e atividade industrial estão entre as principais causas de poluição do ar nas áreas urbanas.
As causas de mortalidade resultantes da exposição ao ar poluído incluem acidente vascular cerebral, doenças do coração, doenças pulmonares, câncer de pulmão e infecções respiratórias agudas, diabetes e até catarata.
Um estudo publicado na revista The Lancet relata que o ar poluído foi responsável pela morte de 1,67 milhão de pessoas na Índia em 2019. O índice corresponde a 18% das causas de morte no país. O relatório IQAir diz que as cidades da Índia superam as diretrizes da OMS para a quantidade de PM2,5 na atmosfera em 500%.
Embora a China ainda concentre diversos municípios nas primeiras posições do ranking de cidades mais poluídas do mundo – e 1,25 milhão de chineses morram precocemente por causa da poluição do ar – , o relatório da IQAir mostra que a concentração de poluentes na região já está abaixo dos níveis registrados na década de 1990. Esforços conjuntos para tornar o consumo de energia, a indústria e o tráfego mais verdes têm dado resultados. Além disso, a China investe mais em energia solar do que qualquer outra nação.
Mais importante, os países precisam ter acesso aos dados de poluição em tempo real; muitos países, especialmente na África e no Oriente Médio, não possuem esses dados. Para resolver esse problema, a IQAir afirma que uma série de cidadãos globais e ONGs estão tentando preencher as lacunas de dados com seus próprios sensores de dados.
A poluição do ar constitui o risco ambiental mais urgente no mundo, com 92% da população global respirando ar de qualidade tóxica, segundo a OMS. Em países menos desenvolvidos, 98% das crianças menores de cinco anos respiram ar tóxico. Como resultado, a poluição do ar é a principal causa de morte de crianças menores de 15 anos, matando 600 mil todos os anos.
Portanto, medidas como monitorar a qualidade do ar livre nesses locais é de extrema importância.
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