Muita gente nem imagina todas as utilidades que os fungos podem oferecer ao ser humano, mas os cientistas já têm um vasto conhecimento sobre essas pequenas criaturas e sabem que eles podem ser grandes aliados da inovação. Além de ajudarem em nossa alimentação e na manutenção de uma boa saúde, os fungos em breve podem ter um impacto também sobre a indústria do couro, podendo até substituir o couro de animais.
De acordo com um estudo recente da Universidade de Viena, do Imperial College London, e da RMIT University da Austrália, um couro criado exclusivamente a partir de fungos poderia superar o couro regular e se tornar um substituto sustentável e rentável ao material animal.
“Os substitutos do couro derivado de fungos são uma classe emergente de tecidos ética e ambientalmente responsáveis que estão cada vez mais atendendo às expectativas estéticas e funcionais do consumidor e ganhando preferência como alternativa aos couros bovino e sintético”, escrevem os pesquisadores no artigo da pesquisa.
No entanto, é importante ressaltar que o uso do termo “couro” nessa aplicação é meramente popular e não está correto de acordo com a Lei 4.888, de 1965. A utilização do termo couro associado a produtos que não sejam obtidos exclusivamente de pele animal para a comercialização é proibida.
Os couros tradicionais levantam algumas questões relacionadas aos humanos. Como a maioria dos amantes dos animais poderia adivinhar, isso aborda uma questão ética e também nossa saúde. Acabar com a vida dos animais por uma jaqueta de couro, assim como no caso de comer, parece cruel para muitos. Em segundo lugar, não é um processo fácil, já que libera produtos químicos perigosos, e a pecuária também causa elevadas emissões de gases estufa.
Os fungos, por outro lado, não causam emissão alguma, pontua o co-autor do estudo, professor Alexander Bismarck, da Universidade de Viena. “O couro derivado de fungos não traz nenhum desses problemas para a mesa e, portanto, tem um potencial considerável para ser um dos melhores substitutos do couro animal em termos de sustentabilidade e custo”, acrescenta.
O processo de produção é planejado para extrair serragem junto com fungos. A serragem, sendo a principal matéria-prima, servirá como base para o crescimento do micélio e, posteriormente, se transformará em uma folha.
Depois que a folha do fungo é colhida (o que demora algumas semanas), ela passa por um processo de prensagem e fornece uma sensação semelhante ao couro animal. Além disso, o resultado será composto de elementos biodegradáveis e biopolímeros de glucana.
Ainda assim, o desafio da produção, segundo o jornal, é manter a qualidade do micélio no mesmo nível, juntamente com a espessura e a cor. À medida que o mercado de couro-fungo cresce, é sempre promissor ver alternativas sendo oferecidas no setor.
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