Entenda o que é o Cinturão Verde de São Paulo

O Cinturão Verde de São Paulo é uma área verde que cerca as Regiões Metropolitanas de São Paulo e da Baixada Santista, sendo responsável por manter a qualidade de vida dos habitantes. Por esse motivo, ele foi declarado pela Unesco como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo, em junho de 1994. Assim, o cinturão abriga territórios relevantes para o desenvolvimento sustentável, mas que estão ameaçados pelo constante e irregular crescimento urbano.

Importância do Cinturão Verde de São Paulo

A Região Metropolitana de São Paulo possui uma taxa de urbanização elevada e comporta uma concentração demográfica de aproximadamente 2.000 hab/km2. Isso faz com que a mancha urbana aumente cada vez mais, invadindo a natureza e aumentando o consumo de recursos naturais.

Dessa forma, o cinturão verde entra para conservar a biodiversidade e oferecer serviços ecossistêmicos importantes para a metrópole de São Paulo, região com baixos índices de área verde por habitante. Entre esses serviços, destacam-se:

• Produção agrícola e segurança alimentar;
• Fornecimento e purificação de água;
• Controle da qualidade do ar;
• Controle de temperatura;
• Absorção de CO2;
• Biodiversidade;
• Atividades ecológicas de lazer, como ecoturismo;
• Recursos para produção de remédios e produtos farmacêuticos;
• Controle de erosão, deslizamentos e assoreamentos;
• Controle de enchentes nas cidades;
• Produção de madeira;
• Preservação de mananciais.

Agricultura no Cinturão Verde

De acordo com a Agência Pública, o cinturão verde é responsável pela produção de mais de 70% das hortaliças no município de São Paulo, onde mais da metade é composta por agricultura familiar. Isso mostra a importância do cinturão para a economia rural e população no geral.

Além disso, a junção da agricultura familiar com a mata nativa trás um aumento na biodiversidade e na manutenção do microclima local. 

Mudanças climáticas e suas consequências

Com o avanço das mudanças climáticas, a agricultura no cinturão verde sofre pressão ambiental. As condições extremas de temperatura em épocas não esperadas causam problemas no planejamento produtivo dos agricultores, que são prejudicados socioeconomicamente.

Outras consequências são a intensificação de chuvas torrenciais na primavera e verão, e frio intenso no inverno, que afetam a produtividade dos cultivos. 

Como potenciais prejuízos nos cultivos, destacam-se:

• Morte de sementes;
• Baixa produtividade pela perda de uniformidade nos estandes de lavoura;
• Deficiência de minerais nas folhas, causando queima nas bordas;
• Florescimento precoce;
• Produção de folhas amargas;
• Acúmulo de látex.

Além disso, os impactos vão além da produção. Na escala social, esses problemas afetam a economia de agricultores locais, dificultando a estadia no campo. O aumento da especulação imobiliária e das áreas urbanas também diminuem o acesso às áreas verdes para plantio.