O clitóris é o centro de prazer da anatomia reprodutiva feminina, composto por uma rede complexa de tecido erétil e nervos. A sua única função é de providenciar o prazer sexual, diferentemente de outras partes da vulva.
Em geral, toda a vulva é uma zona erógena. No entanto, o clitóris é a sua parte mais sensível à estímulos durante a relação sexual, tendo milhares de terminações nervosas. De fato, ele possui mais terminações nervosas do que qualquer outra parte do corpo humano e pode levar ao orgasmo quando estimulado.
Todos os mamíferos do sexo feminino — e algumas fêmeas de répteis e aves — possuem um clitóris. Porém, não se sabe exatamente se ele possui a mesma função em que exerce no corpo humano.
Embora metade da população mundial tenha um, não se fala muito sobre o clitóris. Grande parte das informações sobre essa parte da vulva são relativamente recentes.
A anatomia do clitóris é composta por diversas estruturas que podem ser visíveis, ou não, ao olho nu. As partes externas do clitóris são:
Já a parte interna do órgão envolve a uretra e se estende até o topo da vagina, composto por:
Além disso, ele é coberto pela pela túnica albugínea, uma bainha de tecido conjuntivo. Ao todo, o órgão pode alcançar até 7 centímetros de comprimento.
Externamente, o clitóris fica sob o ponto onde os lábios internos se encontram e formam o capuz, acima da vagina e da uretra (responsável pela função urinária). A sua única parte visível é a glande clitoridiana. Contudo, como já mencionado, ele é composto por uma extensa parte interna que fica localizada dentro da vagina.
Assim como a maioria dos órgãos do corpo humano, o clitóris pode ser afetado por condições de saúde. A severidade dessas condições podem variar entre leves e fáceis de tratar, enquanto outras são mais graves.
Sintomas comuns que podem indicar alguma condição de saúde envolvendo esse órgão incluem:
Por outro lado, existe uma condição específica associada ao ingurgitamento do órgão. Chamada de clitoromegalia, ela é caracterizada por um clitóris maior do que considerado “normal”, podendo ser uma consequência da exposição à andrógenos.
A maior parte das condições que afetam o clitóris são um tipo de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Alguns sinais dessas infecções incluem:
Diferentemente do clitóris, o ponto G não é uma parte distinta da anatomia de pessoas com vaginas, e sim, uma parte da “rede do clítoris”. Por muito tempo, especialistas acreditavam que o ponto era especificamente localizado por volta de 5 a 8 centímetros da entrada da vagina, na parede anterior.
Porém, depois de diversas pesquisas, eles podem confirmar que não existe um ponto específico, e sim uma zona composta por pelo menos cinco tecidos erógenos que são responsáveis pela sensação de prazer.
Por muito tempo, a vulva ao todo foi um assunto ignorado dentro dos estudos anatômicos. Isso se dá principalmente porque o clitóris é um órgão restrito ao prazer feminino, não tendo um papel além disso dentro do sistema reprodutivo.
Só em 2022, uma pesquisa conduzida por profissionais da Oregon Health & Science University estimou o número de fibras nervosas no clitóris humano que são responsáveis pelo prazer durante a excitação sexual do clitóris. Acredita-se que o órgão possui mais de 10 mil terminações nervosas.
Além disso, foi apenas em 2005 que ele foi devidamente mapeado pela urologista Helen O’Connell.
Parte dessas pesquisas foram inspiradas pela advocacia de Jessica Pin, uma mulher que perdeu a sensação do clitóris depois de passar por uma labioplastia. De acordo com Pin, a sua condição foi resultante de um “descuido e tabu em torno da sexualidade feminina”.
“Percebi que os cirurgiões estavam fazendo cirurgias para as quais nunca foram treinados em anatomia que nunca aprenderam. Os nervos dorsais do clitóris foram omitidos de todos os livros de anatomia que pude encontrar. (…) Eles não foram considerados em nenhum lugar da literatura sobre cirurgia estética genital feminina. Os cirurgiões estavam operando cegos aos nervos”, disse Pin em um email.
O órgão possui uma extensa história de negligência médica. De fato, ainda em meados do século 20, as clitoridectomias, ou as remoções ou reduções da maior parte do clitóris, eram praticadas abertamente nos Estados Unidos e no Reino Unido. O método era usado abertamente para prevenir a masturbação.
Dados da UNICEF também estimam que pelo menos 200 milhões de pessoas com vaginas foram submetidas ao corte genital, também conhecido como mutilação genital feminina.
“Reivindicar o clitóris pode ajudar as mulheres a descobrirem ativamente seu próprio prazer sexual e serem mais independentes nas escolhas sexuais que fazem”, disse um um artigo das pesquisadoras Shirley Mattel Ogletree e Harvey J. Ginsburg.
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