Coleções biológicas são repositórios sistematizados de material biológico. Esse material é organizado, sendo bem identificado, classificado e ordenado. Geralmente essas coleções ficam armazenadas em museus de história natural ou de ciências e também em universidades e centros de pesquisa, pois são fundamentais para a pesquisa e para o progresso científico.
As coleções biológicas podem ser classificadas de formas diferentes. Algumas são científicas, destinadas às pesquisas, outras comerciais, para cultura de células para medicina e farmácia, e, por fim, há coleções estatais, criadas e administradas para o bem do estado, a fim de preservar a biodiversidade de uma região, por exemplo.
Além disso, elas se subdividem em tipos diferentes de acordo com a matéria que armazenam ou com o método utilizado para isso.
As coleções criogênicas armazenam material biológico vivo congelado. Espera-se, com isso, que o material possa ser descongelado após um período e volte a “funcionar”. Muito raramente esse tipo de coleção é utilizado para preservar organismos inteiros. Usa-se majoritariamente para células, tecidos e material genético.
Essas coleções são como as encontradas em museus zoológicos e herbários (feitos com plantas). Algumas delas existem há mais de dois séculos, sendo consideradas as mais antigas e também umas das mais valiosas.
Há, ainda, repositórios de informação biológicas on-line. Eles são super importantes para a ciência, pois, por meio de bancos de dados on-line, com dados moleculares, torna-se possível o compartilhamento de informações de forma imediata com o mundo todo.
Além disso, esse tipo de coleção é uma possibilidade de proteger as informações contra tragédias, como aconteceu no caso do incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2018.
As coleções biológicas são essenciais para a conservação da biodiversidade por diversos motivos. Em primeiro lugar, as coleções são fonte muito valiosa de material genético obtido a partir de amostras armazenadas em estudos moleculares. Estudos como esses permitem conhecer a diversidade genética dos seres vivos e diversos outros detalhes que ajudam na conservação.
Além disso, as coleções biológicas fornecem informações sobre a distribuição geográfica dos organismos, que são dados valiosos para os estudos de ecologia e evolução. Elas servem como referência para futuros cientistas, que podem utilizar em descrições de novas espécies, estudos comparativos e diversos outros tipos de pesquisa.
As espécies nas coleções biológicas também são fontes primárias de dados que ajudam a entender a vida e como as espécies respondem às mudanças ambientais. Com elas, é possível compreender o desenvolvimento das plantas, desenvolver novas técnicas para aumentar a produtividade agrícola e, consequentemente, a segurança alimentar.
Por fim, as coleções biológicas também são essenciais no gerenciamento de pandemias. Com uma fonte estável de materiais biológicos para pesquisa, é possível identificar a evolução e origem dos principais patógenos. As espécimes permitem compreender a biologia básica de uma doença, desenvolver ferramentas de diagnóstico e, ainda, descobrir e validar estratégias de tratamento e controle.
Em busca de uma rede colaborativa de coleções biológicas, a Rede de Coleções de Biodiversidade (BCoN) desenvolveu um plano de Rede Estendida de Espécimes. Para alavancar os dados, os relatórios da BCoN são marcados por cinco pilares: coleta de novas amostras, digitalização contínua, integração de dados, educação e treinamento da força de trabalho e infraestrutura e sustentabilidade.
Com esses temas em mente, é possível iniciar os trabalhos para elaborar coleções biológicas e, assim, conservar esses mecanismos importantes para o progresso da ciência e da sociedade.
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