José Sebastião dos Santos explica que a bile produzida no fígado consiste em uma mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável por cerca de 75% dos casos de formação de cálculos
Por Sandra Capomaccio em Jornal da USP – Com certeza você já ouviu falar em pedras na vesícula, mas você sabe do que se trata? Como perceber que algo não está bem ? Que tipo de dor causa ? Especialista da Universidade de São Paulo vai nos ajudar a entender o que é Litíase Biliar, o nome que se dá a essa doença.
O professor titular do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, José Sebastião dos Santos, médico cirurgião, especialista em cirurgia geral do aparelho digestivo, chefe da divisão de cirurgia digestiva e coordenador do Centro de Endoscopia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP_USP, explica que a vesícula é um pequeno órgão localizado no fígado. As pedras são depósitos de fluidos digestivos que variam de tamanho e número e podem ou não provocar sintomas.
A bile produzida no fígado consiste em uma mistura de várias substâncias, entre elas o colesterol, responsável por cerca de 75% dos casos de formação de cálculos. Muitos deles ficam depositados na vesícula e não causam sintomas. Outros podem ficar presos no duto biliar, impedindo o fluxo para o intestino.
É perfeitamente possível viver sem vesícula
As pessoas podem até viver perfeitamente sem a vesícula, mas não sobrevivem se os dutos que fazem a ligação com outros órgãos, como o fígado e o intestino, estiverem obstruídos, o que pode levar à morte.
Normalmente, o cálculo biliar ocorre em adultos a partir dos 40 anos, e quanto mais velho maior a probabilidade de casos. Um ultrassom de abdômen ou uma ressonância são os exames indicados para localizar os cálculos. Quanto ao aspecto físico, é possível ver um amarelamento no branco dos olhos, nas mucosas e na pele, e a urina fica escura como um refrigerante. José Sebastião dos Santos alerta que, “nos últimos tempos, notou-se um aumento de casos em adolescentes obesos. Mas também é recorrente pedra na vesícula em pessoas com obesidade, fumantes, diabéticos, e com maior frequência nas mulheres”, finaliza.