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Preço injusto da castanha desafia conservação na Amazônia

A agricultura apoiada pela comunidade (AAC), também conhecida pela sigla em inglês CSA, ou “modelo CSA”, oferece uma solução promissora para reverter as desigualdades na cadeia produtiva da castanha-do-brasil, uma das riquezas da Amazônia que ainda carece de valorização adequada. Enquanto os consumidores chegam a pagar mais de R$ 100 pelo quilo da castanha, os coletores recebem apenas R$ 4,50, um valor incompatível com a conservação da floresta e o bem-estar das populações tradicionais.

Agricultura Apoiada pela Comunidade
O que é a Agricultura Apoiada pela Comunidade (AAC)

A AAC conecta diretamente os produtores aos consumidores, eliminando intermediários e promovendo uma relação de parceria baseada em confiança e responsabilidade mútua. Esse modelo pode ser adaptado para incluir os coletores de castanha-do-brasil, garantindo a eles uma remuneração justa e fortalecendo sua capacidade de preservar a floresta. Além disso, os consumidores podem ter acesso a produtos de qualidade enquanto apoiam práticas sustentáveis que beneficiam o meio ambiente e as comunidades locais.

quintal agroecológico da Penha
Na Penha (SP), coletivo transforma espaço ocioso em horta coletiva

Experiências como a da produção de borracha na Reserva Extrativista Chico Mendes mostram que é possível integrar justiça socioambiental e viabilidade econômica. Na região, os seringueiros recebem até R$ 24 pelo quilo da borracha, graças a subsídios públicos e parcerias com empresas comprometidas com a sustentabilidade. Esse modelo de apoio direto pode ser expandido para a cadeia da castanha, viabilizando a implementação da AAC como alternativa viável.

Além de criar um mercado mais justo, a agricultura apoiada pela comunidade incentiva a diversificação produtiva. Sistemas Agroflorestais (SAFs), por exemplo, podem ser incorporados às práticas extrativistas, combinando o cultivo de castanhas com frutas e madeiras nobres. Essa abordagem aumenta a resiliência econômica das famílias extrativistas, reduzindo a dependência de atividades como a criação extensiva de gado, que compromete o equilíbrio ambiental.

Agricultura urbana pode ser saída para problema da fome nas grandes cidades

O envolvimento direto dos consumidores também desempenha um papel transformador. Ao optar por adquirir produtos oriundos de cadeias sustentáveis, eles contribuem para a dignidade dos coletores e para a conservação da floresta. Por sua vez, a AAC incentiva a conscientização ambiental, ao educar as pessoas sobre a origem dos alimentos e os impactos de suas escolhas no meio ambiente e nas comunidades produtoras.

Para FAO, Belo Horizonte é exemplo em termos de agricultura urbana

A implementação de modelos de agricultura apoiada pela comunidade na Amazônia requer políticas públicas consistentes, que ampliem o alcance de iniciativas como o Pagamento por Serviços Socioambientais (PSSA). Essas ações devem ser combinadas com incentivos para empresas que valorizem práticas éticas e sustentáveis, promovendo um ciclo virtuoso de benefícios para todos os envolvidos.

Ao conectar diretamente quem produz e quem consome, a agricultura apoiada pela comunidade tem o potencial de transformar a relação entre sociedade e meio ambiente. Essa abordagem não apenas fortalece a autonomia das populações tradicionais, mas também consolida um caminho para a preservação da floresta e para a construção de um futuro mais sustentável e justo.


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