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De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o evento é um corte de 3.580 hectares registrado de 4 de janeiro a 16 de setembro do mesmo ano. A ação não foi autorizada pelos órgãos competentes.
Colniza também foi o 7º município entre os que mais desmataram no Brasil entre os anos de 2019 e 2022. Só de 2021 a 2022, o aumento da retirada da vegetação foi de 55%.
No mesmo sentido, Mato Grosso apareceu em 3º lugar entre os estados que mais desmataram no país, com 239.144 hectares desmatados, o que representa 11,6% dos registros.
O estado fica atrás apenas do Pará, com 456.702 ha desmatados (22,2%) e do Amazonas, com 274.184 ha (13,35%).
Em Mato Grosso, a agropecuária domina como o principal vetor de desmatamento. O estado tem o maior rebanho bovino do país e é líder na exportação de commodities agropecuárias.
De acordo com o analista socioambiental do Instituto Centro de Vida (ICV) Marcondes Coelho, o desmatamento é retrato dessa realidade.
“Então, para reverter esse quadro e colocar o estado na vanguarda das soluções climáticas e do desenvolvimento sustentável, os modelos de produção das commodities agropecuárias devem se alinhar às metas de sustentabilidade das cadeias globais”, disse.
Marcondes destacou que o tamanho das áreas desmatadas aumentaram em 2022. Isso se deve, de acordo com ele, a um conjunto de fatores que inclui a flexibilização das políticas ambientais e o enfraquecimento dos órgãos federais.
“Isso pode ser explicado também pelo sentimento de impunidade, pois a certeza de que nada acontecerá impulsiona o infrator a cometer as ações ilegais. Entretanto, vale destacar o esforço do estado contra o desmatamento ilegal, evitando um cenário de mais perda de vegetação nativa.”
A Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt, localizada entre os municípios de Aripuanã e Colniza, teve 1.366 ha desmatados e apareceu em 21º no ranking das Unidades de Conservação com maiores áreas de floresta derrubada.
Quanto às Terras Indígenas (TIs), entre as 50 mais desmatadas aparecem a Manoki em 10º lugar, o Parque do Xingu em 14º, a Sete de Setembro em 15º e ainda outros 8 territórios do estado.
Apesar disso, Mato Grosso aparece bem classificado na disponibilidade de dados relacionados às autorizações de desmatamento e ações da Sema em áreas desmatadas ilegalmente. O formato dos dados disponibilizados também foi bem avaliado no relatório.
O estado também se destacou com a maior área fiscalizada, de 401 mil hectares, o que corresponde a 48,2% das áreas desmatadas. Quando os dados de ações dos órgãos federais e estaduais são somados, o estado atinge 68,5% da área desmatada com sobreposição com alguma ação de fiscalização entre 2019 e 2022.
Este texto foi originalmente publicado por ICV de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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