O que é colza, para que serve e propriedades

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A colza é uma planta de nome científico Brassica napus, da variedade napus e da família da mostarda (Brassicaceae), cultivada por suas sementes, que são usadas na produção óleo de canola. Embora produza o óleo de canola, a planta também possui outros usos, como combustível para lamparinas e lubrificante para motores a jato e pode ser transformada em biodiesel.

As sementes da colza são usadas para alimentar pássaros, enquanto o resíduo após a extração do óleo é usado para forragem. 

A planta é uma oleaginosa anual de inverno ou primavera que pode alcançar até 30 centímetros de altura, com uma raiz longa e fina. Suas folhas são lisas, e ela carrega flores amarelas. 

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Qual a diferença entre colza e canola?

Colza” é o nome tradicional para o grupo de oleaginosas da família Brassicaceae, mas esse grupo é dividido em dois — colza industrial e canola. Visualmente, ambas as espécies são iguais, mas o que as diferencia são seus perfis de ácidos graxos e a presença de glucosinolatos.

A colza refere-se a qualquer planta com alto teor de ácido erúcico no óleo (pelo menos 45%). Já a canola, por definição, possui menos de 2% de ácido erúcico e baixo teor de glucosinolatos.

A presença de ácido erúcico na colza fez com que, inicialmente, a sua colheita e produção fossem apenas para o uso não alimentar, uma vez que a substância é tóxica, especialmente ao coração. No entanto, na década de 70, cientistas canadenses produziram uma cultivar melhorada e registraram-na como canola. 

Adicionalmente, em 1977, a Europa introduziu o “low erucic acid rapeseed oil”, uma versão do óleo que contém menos de 5% de ácido erúcico e que é baixo teor em glucosinolatos. 

O óleo de canola é, portanto, a versão comestível do óleo da planta. Em alguns países, o seu nome pode variar. Enquanto é conhecido como óleo de colza na União Europeia, nos Estados Unidos é chamado de óleo de canola. A partir de sua criação, ele virou um dos óleos vegetais mais consumidos no mundo. 

Foto de P. L. na Unsplash

Usos 

Diferentemente da canola, a colza é produzida, principalmente, para a fabricação de alpiste e óleo para fins industriais, como lubrificantes, fluidos hidráulicos e plásticos. O óleo de colza, por exemplo, por seu alto teor de ácido erúcico, é útil em produções onde é necessária alta estabilidade térmica.

Por outro lado, o óleo também é usado na produção de biodiesel, podendo ser uma alternativa consideravelmente mais sustentável ao diesel convencional. 

Pode comer colza? 

A colza é uma planta rica em glucosinolatos — substâncias defensivas amargas que protegem a planta de doenças e animais herbívoros. E, embora os glucosinolatos também estejam presente em outras plantas comestíveis, como o wasabi, o seu alto conteúdo na colza, em conjunto ao ácido erúcico, torna-a não apropriada para o consumo humano. 

Entretanto, com a expansão populacional e, consequentemente, a insegurança alimentar, pesquisadores procuraram novos métodos para que essa planta fosse comestível. Afinal, a colza contém de 30% a 40% de proteínas, o que é mais que o frango convencional. 

A partir disso, pesquisadores dinamarqueses criaram um processo que permitia o seu consumo. Na pesquisa publicada na revista Nature, os especialistas identificaram três proteínas que facilitam o transporte de glucosinolatos para as sementes, que então são extraídas, removendo o gosto amargo da planta. 

Os testes iniciais foram feitos em plantas da espécie Arabidopsis thaliana, um modelo de planta similar à Brassica napus. Entretanto, especialistas acreditam que devem ser capazes de traduzir suas descobertas para a colza real.

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Óleo de canola 

O óleo de canola, por sua vez, já é comumente usado na culinária internacional. Esse óleo vegetal é conhecido por ser um tipo de gordura monoinsaturada e que oferece diversos benefícios à saúde. 

De acordo com a American Heart Association, por exemplo, o óleo de canola é considerado um dos óleos mais benéficos à saúde cardiovascular. Isso se dá devido ao seu baixo conteúdo em gorduras saturadas, que são responsáveis pelo aumento do colesterol e dos riscos à doenças cardiovasculares. Também rico em ômega-3, o óleo de canola pode ajudar na função cognitiva e saúde do cérebro, dos olhos e das articulações. 

Entretanto, em alguns casos, os produtores usam solventes, como hexano, para extrair óleo vegetal de sementes de canola. Esse processo pode fazer com que pequenas quantidades de gorduras trans permaneçam no óleo —  um tipo de gordura não saudável, que é comumente encontrada em alimentos processados.

Impactos ambientais 

Assim como qualquer outra cultura amplamente produzida, o cultivo de canola ou de colza pode oferecer alguns impactos ambientais. No caso dessa planta, a maioria dos impactos são derivados do uso de fertilizantes químicos, que podem contribuir para o efeito estufa. 

A produção de óleo de canola também pode aumentar os níveis de dióxido de carbono na atmosfera. Entretanto, é importante notar que, em comparação com outros óleos vegetais, como o óleo de girassol e o óleo de palma, o óleo de canola tem a menor emissão de gases de efeito estufa por litro.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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