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As orientações são voltadas às famílias, professores, gestores, merendeiros, entre outros atores envolvidos com alimentação escolar nas creches públicas

Por Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) | No marco da Semana Mundial do Aleitamento Materno, o Brasil publicou dia 1 de agosto orientações para promover nas creches públicas a amamentação e alimentação complementar adequada e saudável das crianças de até três anos de idade. O material foi produzido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com a colaboração técnica de especialistas, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do Ministério da Saúde do país.

As orientações são voltadas às famílias, professores, gestores, merendeiros, entre outros atores envolvidos com alimentação escolar nas creches públicas. Essas recomendações também reforçam o cumprimento da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) e do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, especialmente ao recomendar que não haja oferta de alimentos ultraprocessados (de alto teor calórico e baixo valor nutricional, como os gordurosos ou açucarados) para crianças.

“As orientações são mais um avanço significativo do Programa Nacional de Alimentação Escolar brasileiro, com a formação de hábitos alimentares adequados e saudáveis desde a infância”, ressalta Luisete Bandeira, consultora de nutrição do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil. 

No material, também há destaque para o aleitamento materno. Uma série de evidências científicas tem demonstrado que crianças amamentadas têm menor probabilidade de sobrepeso, melhor desempenho em testes de inteligência, maior frequência escolar e renda na vida adulta, entre outros benefícios. A saúde da mãe também melhora, porque o aleitamento reduz o risco de câncer de mama, de ovário e de diabetes.

Por isso, a recomendação da OPAS, da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil é que o leite materno seja ofertado até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até o sexto mês de vida da criança. Ao completar seis meses, deve-se introduzir a alimentação complementar adequada e saudável, com a continuidade do aleitamento materno.

No entanto, hoje, menos da metade (45,7%) das crianças do Brasil são amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses. “As novas orientações divulgadas nesta semana contribuirão para que o país melhore esses índices e alcance 50% de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida até 2025, que é uma das Metas Globais de Nutrição, e de 70% até 2030, uma das metas da Agenda 2030”, avalia Luisete Bandeira.

O Brasil também é um importante modelo para o mundo por ter uma das normas – a NBCAL – mais alinhadas com o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno. Aprovado pela Assembleia Mundial da Saúde em 1981, esse Código busca proteger as mães das agressivas práticas de marketing da indústria de alimentos infantis não saudáveis.


Este texto foi originalmente publicado pela OPAS de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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