Galinhas dobraram de tamanho desde a década de 50 do século XX. A afirmação é de um recente estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, publicado no Journal Poultry Science. A pesquisa comparou três espécies de frangos: uma raça que não tinha sofrido seleção artificial desde 1957, outra que se manteve sem esse tipo de seleção desde 1978, e uma terceira de uma estirpe moderna chamada Ross 308.
Com dietas idênticas, as galinhas modernas cresceram quatro vezes mais do que suas parentes da década de 50.
Após 56 dias, a raça de 1957 pesava, em média, 905 gramas, enquanto a estirpe de 1978 pesavam, em média, 1800 gramas.
A raça de 2005 surpreendeu ao atingir incríveis 4202 gramas.
As galinhas modernas têm cerca do dobro do tamanho da raça de 1979, que é o que Martin Zuidhof, um dos autores do estudo, esperava.
“Nós nunca tínhamos testado nossa linha de 1978 antes, mas elas se mostraram muito consistentes com o que acreditávamos que seria o caso baseado na seleção histórica de taxa de crescimento e eficiência”, disse Zuidhof, professor associado da Universidade de Alberta que pesquisou a respeito de fatores como nutrição e genética e como eles afetam o crescimento de aves domésticas.
Décadas de seleção de aves para a indústria da carne causaram um aumento de 80% aumento do peito dos animais, mostrou o estudo.
Segundo o National Chicken Council, a média de idade em que essas galinhas são levadas ao mercado diminuiu de 70 dias em 1955 para 47 dias em 2011. Ao mesmo tempo, a média de peso das aves em mercados da América do Norte quase dobrou no mesmo período: de 1,39 kg para 2,6 kg.
As duas raças mais antigas usadas no estudo foram preservadas apenas para manter a memória viva do que as galinhas eram no passado.
Para criar galinhas que nunca haviam sido modificadas desde 1957 e 1978, os pesquisadores pararam de selecionar as aves a partir dos seus tamanhos décadas atrás, deixando que a reprodução acontecesse livremente desde então.
Pesquisadores foram capazes de controlar o ambiente dos pássaros e alimentá-los, garantindo que os frangos fossem criados em condições idênticas às de suas épocas originais.
Os resultados mostraram que as galinhas modernas crescem mais e a uma velocidade mais rápida.
De uma certa forma sim, mas não pense em espécies produzidas em laboratório. A pesquisa de Zuidhof levou em conta a seleção feita a partir de membros de espécies maiores e com mais carne. Após anos de cruzamentos apenas entre esses tipos de galinhas e galos, obteve-se os grandes e jovens frangos que vão aos mercados da América do Norte. Isso é um tipo de seleção artificial.
No entanto, essa seleção fez com que problemas de saúde se tornassem mais comuns. Desordens metabólicas, ataques do coração e outras dificuldades surgiam e a indústria associava-as apenas ao rápido crescimento e não à seleção e à baixa variabilidade genética.
A seleção da indústria levou em conta raças mais robustas, como aves com pernas grossas, e não apenas as mais gordas. Elas se tornaram mais aptas a doenças, mas, segundo Zuidhof, isso é passível manipulação.
“O sucesso da seleção artificial de parâmetros é muito maior em aves do que em outras formas de vida”, disse Zuidhof. “É por isso que não vemos o mesmo padrão de ganhos em porcos ou gado.”
A tendência é que a seleção artificial continue justamente para que haja cada vez mais carne em um único frango. Segundo o National Chicken Council, um estadunidense consumia cerca de 15 quilos de carne de frango por ano em 1965. Hoje, a quantidade de frango consumida per capita nos EUA é de 37,6 kg por ano.
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