Com o banimento das sacolas, como organizar o lixo caseiro e as compras?

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No último dia 25 de janeiro, a cidades do Estado de São Paulo praticamente baniram as sacolinhas plásticas dos supermercados. Quem não tiver como carregar suas compras pode adquirir sacolas compostáveis, feitas a partir do amido de milho, por R$ 0,19 a unidade. A medida polêmica tem potencial para se alastrar para outras regiões do Brasil, apesar de não ter caráter de lei (trata-se de um acordo entre a Associação Paulista de Supermercados e o Governo do Estado). Mas quais são os prós e contras dessa troca?

As sacolas plásticas, além de demorarem cerca de 100 anos para se decomporem, podem entupir bueiros e causar desastres ecológicos. De acordo com o Greenpeace, as sacolas convencionais são responsáveis pela morte de 100 mil tartarugas e de um milhão de aves marinhas por ano. Animais acabam confundindo pedaços de plástico com comida, o que é um problema não só da fauna, mas também da qualidade de vida humana (clique aqui e saiba mais). Aparentemente, excetuando-se a questão da necessidade de pagamento pela nova sacola, não há motivos para ir contra a troca.

No entanto, a sacolinha compostável não é unanimidade. Feita a partir das reações do amido com ácido lático, o plástico polilático (PLA) tem características físicas muito parecidas com as do plástico normal, mas é compostável – uma grande vantagem -, além de usar menos combustíveis fósseis na sua composição. Em condições ideais (que só são encontradas em usinas de compostagem), os sacos podem ser degradados em apenas 180 dias. Porém, existem somente cerca de 300 usinas desse tipo em todo o território nacional. Em lixões e aterros sanitários, para onde a maior parte das sacolas vai, a degradação total não é comprovada (veja mais aqui).

Outra objeção é o fato de esse tipo de sacola ser feito a partir de alimentos, em meio aos problemas que muitos países têm para fornecer comida a suas populações.

Seria a alternativa mais sustentável?

O Instituto Socioambiental dos Plásticos, Plastivida, associação ligada à indústria, diz que a durabilidade das sacolinhas convencionais não deveria ser um problema. Por permanecerem no meio ambiente por cerca de 100 anos, elas poderiam se transformar em outros produtos a partir da reciclagem, sem a necessidade de extrair outros bens de processos químicos ou da natureza. Além disso, o instituto é contra o uso excessivo da embalagem. Desde 2007, quando encabeçou uma campanha para a redução do consumo, até agora, o número caiu de 18 bilhões para 13 bilhões de sacolinhas usadas por ano no Brasil.

Não usar para embalar lixo

O grande problema é que a sacolinha é usada para embalar todos os tipos de lixo doméstico, mesmo alguns em que não há necessidade. Seria muito difícil destinar a maior parte das sacolas plásticas para a coleta seletiva, se elas já possuem essa função de embalar sobras popularmente. Nesse quesito, a introdução de novas embalagens compostáveis pode ser benéfica para levar a novas práticas cotidianas na hora de separar os restos.

O que a eCycle recomenda

Faça a separação de lixo para a coleta seletiva e lembre-se de limpar bem as embalagens para facilitar a reciclagem. Nesse caso, não há problemas em usar um saco de lixo convencional porque ele também será incorporado na reciclagem plástica. Do mesmo modo, não há problemas de usar o saco reciclável. Para o banheiro, utilize saquinhos de jornal, assim como no lixo seco da cozinha ou no escritório. O lixo orgânico pode ser diminuído sensivelmente com o uso da composteira caseira ou do triturador (saiba mais aqui).

O lixo que sobrou e irá para o lixão ou aterro sanitário pode ser embalado em um saco grande e compostável, já que não terá como ser reciclado posteriormente.

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Compras

Na hora da compra, ecobags, carrinhos de feira e caixas de papelão são boas opções para evitar o gastos com as sacolinhas compostáveis. No entanto, é preciso ficar atento com relação à procedência das ecobags. Muitas delas são fabricadas com materiais ambientalmente incorretos, têm durabilidade questionável, usam muitos recursos na sua produção ou mesmo percorrem enormes distâncias até o consumidor final, o que pressupõe grandes emissões em seu transporte, a exemplo das que têm origem na China, por exemplo.

Aproveite a troca das sacolinhas para também mudar seus hábitos.

eCycle

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