O combustível de streptomyces é um biocombustível produzido a partir de bactérias da família Streptomycetaceae. Essa família contém mais de 500 espécies de bactérias que ocorrem naturalmente no solo e na água. Comumente utilizados na produção de antibióticos e na decomposição de matéria orgânica, os streptomyces também viraram a base de combustíveis.
A descoberta do combustível de streptomyces foi feita por um grupo de cientistas do Lawrence Berkeley National Laboratory dos Estados Unidos.
Sendo produzido a partir de bactérias, o biocombustível é uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis utilizados comumente na aviação. Desse modo, conta com uma pegada de carbono menor pela isenção do uso do petróleo.
O seu funcionamento se dá a uma característica dos streptomyces. Essas bactérias criam uma molécula explosiva ao consumir açúcar, providenciando a combustão necessária para que o biocombustível funcione normalmente.
A descoberta do combustível de streptomyces foi feita a partir de um trabalho em conjunto dos cientistas Jay Keasling e Pablo Cruz Morales. Juntos, no Lawrence Berkeley National Laboratory. Juntos, os especialistas projetaram bactérias Streptomyces coelicolor com açúcares, sais e alguns aminoácidos.
Então, essas bactérias foram quebradas e separadas das frações oleosas que foram esterificadas, criando um novo tipo de biocombustível.
A metabolização do açúcar ou aminoácidos feito pelas bactérias, resulta na sua quebra e conversão para blocos de construção para ligações de carbono. O processo, defendem cientistas, é similar à metabolização de gordura feito pelo organismo humano, porém, com algumas diferenças.
A diferença mais interessante, de acordo com especialistas, é a forma peculiar da molécula presente no processo — um triângulo. Diferentemente das ligações de carbono convencionais, as ligações em triângulo possibilitam uma tensão entre os carbonos, produzindo energia suficiente para abastecer aeronaves.
Em 1999, um relatório do American Petroleum Institute (APA), sugeriu que as reservas de petróleo da Terra secariam entre 2062 e 2094. Por outro lado, um estudo divulgado pela Stanford University’s Millennium Alliance for Humanity and the Biosphere (MAHB) acredita que essa falta de óleo ocorrerá mais cedo.
Desse modo, a falta de recursos para a produção de combustíveis fósseis fez com que especialistas tentassem encontrar soluções para esses problemas. Um deles é o investimento em fontes de energia renováveis que serviriam de alternativa para os combustíveis fósseis, principalmente o petróleo.
Além disso, o combustível de streptomyces é uma alternativa sustentável a esses combustíveis. A aviação feita a partir dos combustíveis fósseis convencionais é responsável por 2% de todas as emissões de carbono do mundo.
Com uma pegada de carbono menor, o combustível de streptomyces ajudaria a reduzir os impactos da aviação no planeta.
Em relação aos combustíveis fósseis, o combustível de streptomyces é uma ótima alternativa. Entretanto, como toda pesquisa, ainda conta com algumas desvantagens.
De acordo com os especialistas envolvidos no desenvolvimento do combustível, para que a alternativa seja possível na substituição de combustíveis convencionais, é necessário desenvolver um método de produção em larga escala que seja economicamente viável. Contudo, em vista com a necessidade de novas soluções para a produção de combustíveis renováveis, esse biocombustível ainda apresenta características promissoras.
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