Uma pesquisa da Universidade Nacional de Singapura (NUS, na sigla em inglês) divulgada na segunda-feira (22) associou o consumo de frutas à redução da probabilidade de depressão na velhice. As descobertas foram publicadas no Journal of Nutrition, Health and Aging.
Pesquisadores da Escola de Medicina Yong Loo Lin da NUS analisaram informações de mais de 13 mil participantes por quase duas décadas e observaram que pessoas que comeram cerca de três porções de frutas por dia, ou mais, durante a meia-idade apresentaram uma redução de 21% nos riscos de desenvolver “sintomas depressivos” nos anos seguintes – incluindo retardo da função cognitiva, insônia, falta de concentração e aumento da fadiga.
Por outro lado, o consumo de vegetais não obteve nenhuma associação com a redução da probabilidade do desenvolvimento de sintomas depressivos.
A primeira etapa da pesquisa ocorreu entre 1993 e 1998. Durante essa fase, participantes com a idade média de 51 anos foram avaliados quanto ao consumo diário de frutas. Depois, entre 2014 e 2016, os investigadores analisaram a saúde mental dos participantes com a idade média em 73 anos utilizando a Escala de Depressão Geriátrica.
A partir dessa análise, foi observado que 21% dos participantes responderam como tendo cinco ou mais dos sintomas definidos na pesquisa.
Após consultar os participantes por outros fatores de risco associados à depressão geriátrica, como o tabagismo ou a falta de exercícios físicos, os pesquisadores descobriram que aqueles que consumiram três ou mais porções de frutas por dia relataram sintomas depressivos significativamente mais baixos.
Foram estudadas 14 das frutas mais consumidas na Singapura, incluindo variedades comuns no mundo todo, incluindo laranjas, tangerinas, bananas, mamões, melancias, maçã e melão e concluiu-se que todas estão associadas a menores riscos de depressão.
A teoria dos envolvidos na pesquisa é que o conteúdo de antioxidantes e micronutrientes anti-inflamatórios das frutas pode afetar o desenvolvimento da depressão. Isso, uma vez que estudos prévios já comprovaram a ação desses compostos na redução do estresse oxidativo e na inibição de agentes inflamatórios.
“Nosso estudo ressalta a importância do consumo de frutas como medida preventiva contra a depressão relacionada ao envelhecimento. Na população do nosso estudo, os participantes que consumiram pelo menos 3 porções de frutas por dia, em comparação com aqueles que consumiram menos de uma porção por dia, conseguiram reduzir significativamente a probabilidade de depressão relacionada ao envelhecimento em pelo menos 21%. Isto pode ser obtido comendo uma a duas porções de frutas após cada refeição”.
“Não vimos nenhuma diferença em nossos resultados entre frutas com alto e baixo índice glicêmico. Assim, quem tem diabetes pode escolher frutas com baixo índice glicêmico que não aumentam tanto o açúcar no sangue quanto aquelas com alto índice”, conta a professora Koh Woon Puay, do Programa de Pesquisa Translacional de Longevidade Saudável da NUS e investigador principal do estudo.
Segundo os investigadores, o ideal é manter o consumo regular de frutas entre os 40 e os 65 anos, com uma porção sendo equivalente à uma maçã ou uma xícara de morangos.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais