O impacto que eliminou os dinossauros há 66 milhões de anos abriu portas para um fenômeno impressionante: a invenção da agricultura pelas formigas.
Pesquisadores descobriram que, no ambiente escurecido pela poeira do meteoro, os fungos proliferaram devido à abundância de matéria orgânica em decomposição. Nesse cenário, um ancestral de formigas começou a cultivar fungos para sua alimentação, marcando o início de uma relação de mutualismo.
Essa descoberta foi detalhada em um estudo publicado na revista Science por uma equipe de cientistas, incluindo brasileiros. A análise utilizou regiões conservadas do genoma de 475 espécies de fungos, coletadas nas Américas.
A agricultura das formigas, que começou quase simultaneamente ao evento de extinção, é considerada uma forma avançada de mutualismo.
Os fungos, que antes eram apenas parte ocasional da dieta das formigas, tornaram-se fundamentais para sua sobrevivência, assim como as formigas passaram a ser essenciais para os fungos se alimentarem e se reproduzirem.
Essa parceria evolutiva se intensificou com o passar dos milhões de anos. A expansão do Cerrado, há 27 milhões de anos, aumentou a pressão seletiva sobre esses insetos, que se diversificaram e deram origem às formigas-cortadeiras modernas.
Hoje, os fungos cultivados por elas são estudados por seu potencial biotecnológico, incluindo a capacidade de degradar plásticos.
Essa incrível história, que revela como as formigas desenvolveram uma forma de agricultura sofisticada muito antes dos humanos, não apenas ilumina o passado, mas também pode indicar caminhos para o futuro da ciência e da biotecnologia.
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