O crescimento populacional que acompanhamos atualmente faz com que o cenário do futuro do planeta seja composto por imagens catastróficas. A superpopulação mundial coloca em evidência a importância de desenvolvermos tecnologias inovadoras que resultem em alternativas eficientes, capazes de sustentar o planeta futuramente. No entanto, uma questão deve ser discutida: a chave para um futuro sustentável está nas inovações tecnológicas? Esse foi o tema do fórum presidido pelo Atlantic Council em 2013, na cidade de Washington, nos EUA.
A iniciativa do Altantic Council consistiu em pensar soluções baseadas nas tendências atuais que possam criar uma perspectiva futura mais favorável para o planeta que deixaremos para as próximas gerações. Ao contrário de assumir um posicionamento fatalista, foram promovidas, no fórum, discussões sobre estratégias que podem ser adotadas para reduzir os danos ao meio ambiente e superar o esgotamento dos recursos naturais.
Que o ser humano é uma criatura inovadora, não é uma novidade para ninguém. Uns podem ser mais que outros, mas todos nós sempre buscamos soluções para melhorar o nosso cotidiano. E tudo indica que essa mesma inquietude poderá solucionar os problemas que têm sido tema de muitas discussões engajadas num futuro sustentável. A cada dia, soluções para antigos e novos problemas são encontradas. São inovações diversas, como um aparelho em formato de bonsai que absorve luz para carregar eletrônicos, um gerador de energia elétrica movido a urina, um combustível para aviões feito com óleo de cozinha usado, entre muitas outras.
E para os palestrantes do fórum, são inovações como essas que poderão servir de meio para combater as crises de água, energia, de alimentos e do desemprego, todas atreladas à superpopulação mundial. Essas crises apresentam uma dinâmica em que três fatores interagem entre si: o ambiental, o social e o político. Logo, para superá-las, é preciso que haja inovações que consigam articular tais fatores com a finalidade de proporcionar um futuro mais promissor para as próximas gerações. O próprio secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, afirma que a ciência e a tecnologia são as ferramentas a serem usadas na construção de um futuro mais sustentável. Para ele, essas duas instâncias são essenciais na promoção do desenvolvimento em países mais pobres e vulneráveis, possibilitando a promoção da educação, o crescimento de pequenos agricultores, o acesso à energia, à informação e à qualidade de vida.
As discussões elaboradas durante o fórum nos conduzem a pensar em como o Brasil se insere nessa busca por soluções. Segundo o professor Jacques Marcovitch, da Universidade de São Paulo, em entrevista dada à Agência Fapesp, o Brasil não pode se conformar com o que já foi feito em termos de iniciativas ambientalmente favoráveis. Apesar de o país ser favorecido pela presença de muitos recursos naturais e da eventual redução do desmatamento em comparação com o restante do mundo, é importante que não seja esquecido que há muito a ser feito.
O professor ainda afirma que as inovações tecnológicas podem e devem ser usadas em favor do meio ambiente. Para ele, os avanços obtidos na área de óptica, de nanotecnologia e de monitoramento de alta definição a distância deveriam ser usados no combate ao desmatamento ilegal, além da necessidade de investimento nas tecnologias que reduzem a emissão de gases do efeito estufa, para preservar o planeta e também criar novos empregos.
Mas, caso não se pense em uma nova lógica de consumo, dificilmente a tecnologia sozinha irá dar conta de reverter os danos ambientais que continuam sendo aplicados pelo homem ao planeta.
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