As tintas são mais reutilizadas do que recicladas, mas destinação para evitar danos ambientais é o que não falta, confira!
O uso das cores está muito relacionado com a história do homem. As “tintas” da pré-história serviam para comunicação e perpetuação da informação. Atualmente, as cores das tintas têm finalidade de proteger, decorar e dar acabamento a móveis e paredes.
Composição
Tintas são misturas que, quando aplicadas na superfície, formam um filme aderente, ou seja, uma fina camada de material na região em que foi aplicada. São, basicamente, constituídas por:
- Pigmentos: são substâncias minerais ou orgânicas que conferem cor, opacidade, volume, durabilidade, facilidade para limpeza e outros efeitos;
- Resinas: são obtidas em indústrias químicas ou petroquímicas. As resinas são responsáveis pela ligação dos pigmentos e adesão do filme à superfície. As tintas são classificadas de acordo com as características da resina, podendo ser: vinílicas, acrílicas, alquídicas, poliuretânicas, epóxi, poliéster, nitrocelulose e borracha clorada;
- Solventes: compostos (água ou orgânicos) que solubilizam as resinas, formando uma mistura homogênea, com melhor viscosidade, e influi no tempo de secagem da pintura, bem como na espessura e no aspecto estético desta.
- Aditivos: substâncias que conferem características especiais ou melhoria das propriedades das tintas, como: secantes, catalisadores, anti-escorrimento, antiespumantes, biocidas (contra micro-organismos indesejáveis) e estabilizantes de ultravioleta.
Tóxicos
As tintas ainda têm componentes tóxicos, como alguns tipos de pigmentos e solventes.
Antes dos pigmentos sintéticos, eram utilizados pigmentos que tinham compostos altamente tóxicos, como chumbo, sulfeto de mercúrio e outros, que provocam graves problemas à saúde (veja mais detalhes aqui).
No momento, os compostos consideráveis tóxicos ainda presentes em tintas são os solventes orgânicos. Eles apresentam alta inflamabilidade, toxicidade e forte odor. Os principais componentes desses solventes são: benzeno, tolueno, xileno e cicloexano (COVs – compostos orgânicos voláteis).
A maioria dos COVs são depressores do sistema nervoso central, causam irritações nos olhos, pele, vias respiratórias, náuseas e reações alérgicas.
Meio Ambiente
Os COVs são prejudiciais ao meio ambiente, pois degradam a camada de ozônio, facilitando, desse modo, a ocorrência de doenças de pele e visão. Segundo estudo, 28% das emissões de COVs são devido às tintas imobiliárias e produtos de limpeza.
É importante que o descarte de tintas seja feito corretamente, pois se a tinta for despejada no meio ambiente, contamina o solo e altera o pH da água. Além disso, a tinta possui substâncias bioacumulativas, como o clorobenzeno, que afetam a biota e dificultam o tratamento do efluente (saiba mais sobre a importância de descartar corretamente as tinta aqui).
Tintas ecológicas
Mas há opções de tintas para minimizar os problemas ambientais e à saúde. Um exemplo são as tintas ecológicas, que não possuem odor e nem pigmentos feitos de metais pesados e têm menor teor de COVs. Além disso, elas utilizam matérias renováveis ou abundantes, com baixo uso de insumos sintéticos, de forma a diminuir o impacto da tinta sobre o meio ambiente.
Atualmente, já se utilizam na fabricação de resina as embalagens de garrafa PET, reduzindo, assim, a exploração dos recursos naturais e diminuindo o custo de produção.
Reciclagem?
As tintas não são recicláveis. Elas são mais reutilizadas do que recicladas. Normalmente, elas são encaminhadas para aterro de resíduos considerados perigosos (aterro classe I). Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI), recomenda-se que as tintas sejam retornadas ao fornecedor.
E se você tiver uma lata de tinta que não vai usar, procure alguém para doar. Com tintas vencidas, procure empresas produtoras que reutilizam parte da tinta antiga na manufatura de novas.