Consumir ovos é uma prática comum no Brasil, mas poucos conhecem os riscos associados à manipulação e ao preparo inadequados. Embora sejam alimentos versáteis, podem abrigar bactérias como a Salmonella e até levantar preocupações ligadas à gripe aviária, exigindo medidas para garantir a segurança alimentar.
A contaminação por Salmonella, apesar de não ser frequente, pode causar intoxicações graves, com sintomas como diarreia e vômitos. Para evitar problemas, é importante cozinhar os ovos até que a gema fique firme e mantê-los refrigerados. O armazenamento correto evita o crescimento bacteriano, especialmente em climas quentes. Além disso, alimentos que contêm ovos devem permanecer em temperatura ambiente por, no máximo, duas horas, ou apenas uma hora em ambientes com temperaturas superiores a 32 graus Celsius.
A gripe aviária, especialmente a cepa H5N1, também traz preocupações. Embora o risco de contaminação por ovos comerciais seja considerado insignificante devido às rígidas práticas de biossegurança das granjas, o contato direto com aves domésticas ou selvagens pode expor trabalhadores rurais ao vírus. Medidas como a criação de aves em ambientes fechados e a separação de pássaros selvagens são importantes para evitar surtos.
A pasteurização surge como aliada importante na eliminação de patógenos. Ovos pasteurizados, amplamente utilizados em produtos comerciais, são tratados com calor para matar bactérias, tornando-os mais seguros, especialmente para grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com imunidade comprometida.
Por outro lado, ovos de quintal ou de pequenos criadores exigem atenção redobrada. Aves criadas ao ar livre podem entrar em contato com contaminantes trazidos por pássaros selvagens. Para minimizar riscos, é recomendável alimentar as aves em locais protegidos e adotar práticas de higiene rigorosas, como o uso de calçados exclusivos dentro do galinheiro.
Casos de gripe aviária entre trabalhadores do setor agrícola têm sido registrados, embora raros, com sintomas que variam de conjuntivite a problemas respiratórios leves. Entretanto, situações graves podem ocorrer, como observado em um caso recente no Brasil. A possibilidade de adaptação do vírus para transmissão entre humanos é motivo de alerta entre especialistas, destacando a importância de medidas preventivas na produção e no consumo de alimentos de origem animal.
A segurança alimentar vai além do simples preparo. Cozinhar ovos adequadamente e mantê-los refrigerados não só preserva a saúde, mas também contribui para a confiança na cadeia produtiva. Entender os processos que envolvem o alimento, desde a granja até a mesa, fortalece práticas que reduzem riscos e promovem o bem-estar.
Fonte: Scientific American
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais