Alberta é uma das dez províncias canadenses e a maior responsável pela produção de gás natural e petróleo (ainda que não empregue um dos melhores modos de extração), sem contar que a pecuária é uma das atividades econômicas que sustentam a província – ou seja, atividades nada boas para o equilíbrio do efeito estufa.
Não vamos entrar na discussão sobre criação intensiva, já que tudo o que você precisa saber sobre os efeitos dessa prática no meio ambiente pode ser lido aqui, mas exporemos uma problema curioso que surgiu para os produtores desses confinamentos: a questão do cocô.
Pois é, isso mesmo. Tomara que você não esteja comendo enquanto damos os detalhes sórdidos: o gado confinado está, sempre que possível, fazendo suas necessidades ali mesmo e formando pilhas e mais pilhas de… cocô. Isso aí mesmo, bacana né?
Mas um camarada chamado Bern Kotelko olhou para isso e pensou que seria uma boa ideia dar ao “produto” um diferente trato e, pode crer, ele estava certinho. Kotelko usa um biodigestor anaeróbico, um equipamento que processa a matéria orgânica – fezes e urina, tanto das vaquinhas quanto as humanas – e, a partir das bactérias que digerem a matéria orgânica num ambiente sem oxigênio, produz gás natural e fertilizantes, muito melhores do que os industrializados. Quando queimado, esse gás pode produzir até 2,5 megawatts de energia, o suficiente para abastecer mais de duas mil casas (dependendo do quanto de cocô você usar). Kotelko dispõe de 35 mil cabeças de gado que produzem, por dia, cerca de 500 toneladas de fezes. Fora mais duzentas toneladas que vêm dos criadores vizinhos.
Além disso, uma planta de etanol funciona também para dar uma destinação correta ao que sobra do biodigestor. Enumerando os benefícios, temos: gás natural, eletricidade, calor, fertilizantes e etanol. Apesar disso, não existem muitas plantas completas dessas na província – além da citada, só há mais uma.
Aqui no Brasil, esse tipo de tecnologia já é utilizado há anos. Fazendas de todo o Brasil já usam biodigestores para a produção de fertilizante, gás de cozinha, além da geração de energia elétrica para a fazenda e até para carros elétricos, como acontece no interior do Paraná. Mas o mais importante é o uso para pequenos produtores em regiões do país que realmente precisam de mais atenção. Depois, dê uma olhada nas duas matérias que fizemos (aqui e aqui) sobre a biodigestão e saiba como essa técnica pode ajudar até você (sim!), que não tem um lote para carpir aí na sua casa no meio da cidade grande.
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