Se você tem dificuldade de resistir às compras por impulso, relaxe: você não está sozinho. O hábito de gastar com coisas de que não precisamos e, logo em seguida, remoer a culpa por dias parece ser um círculo vicioso para a maioria de nós.
A boa notícia é que, talvez, exista uma solução para o problema. O primeiro passo, segundo pesquisadores da Cátedra de Psicologia II da Julius-Maximilians-Universität de Würzburg (JMU), na Alemanha, é descobrir que tipo de pessoa é você: uma caçadora de prazeres ou uma obcecada por segurança.
Comprar por impulso é o ato de consumir um bem ou serviço sem planejamento prévio. Psicólogos alemães estudaram o comportamento que leva a hábitos de consumo impulsivos – e descobriram que as pessoas que se concentram no prazer agem de maneira diferente das pessoas que costumam manter os “pés no chão”.
De acordo com os pesquisadores, às vezes as pessoas compram espontaneamente, por pura curiosidade ou às vezes para se presentear com alguma coisa.
Embora uma compra espontânea possa deixar você muito feliz a princípio, é possível que o sentimento posterior seja de culpa. Normalmente, as pessoas conseguem suprimir o impulso de comprar algo quando estão em uma situação que as torna particularmente sensíveis aos riscos, segundo o novo estudo publicado na revista PLOS ONE.
Anand Krishna e seus colegas da JMU, Sophia Ried e Marie Meixner, estudaram como as pessoas que desejam se proteger de compras por impulso devem proceder.
A compra por impulso pode ser um comportamento problemático e indesejável para muitas pessoas, observou Krishna. “Para começar, é importante saber que existem dois tipos de pessoas, que diferentes processos cognitivos requerem diferentes métodos para prevenir a compra por impulso e, sobretudo, que a situação atual desempenha um grande papel nesse processo”, disse Krishna ao jornal Science Daily.
Pessoas que se encaixam neste grupo são espontâneas por natureza e, por isso, espontaneamente tendem a buscar coisas que lhes prometem ainda mais prazer.
Mas, ao mesmo tempo, um impulso relativamente pequeno é suficiente para impedir que essas pessoas façam uma compra espontânea. Por exemplo, uma pequena nota na carteira que diz ‘Pare!’ ou algo semelhante pode evitar hábitos de consumo prejudiciais.
Você pode pensar que as pessoas voltadas para a segurança geralmente têm maior probabilidade de evitar compras por impulso, mas isso não é verdade. Se estão em um estado motivacional positivo, elas podem ser tão tentadas a adquirir algo que as faça felizes quanto os caçadores de prazeres, segundo os psicólogos do JMU.
No entanto, a “galera da segurança” precisa de um tempo para elaborar os próprios desejos e costumam demorar um pouquinho mais para comprar por impulso.
Por outro lado, essas pessoas também precisam de mais tempo para dizer “Não!” diante de uma tentação de consumo. Assim, um simples aviso na carteira pode não ser suficiente para impedi-las de gastar impulsivamente, de acordo com os pesquisadores. Uma dica é caminhar pelas lojas com o aviso “Nenhuma compra por impulso hoje!” bem à vista, em letras garrafais, o tempo todo!
O grau de tentação da compra por impulso também depende do estado emocional dos consumidores. Por exemplo, se um caçador de prazer tiver acabado de sair do banco ao entrar numa loja, os riscos de gastar muito dinheiro estarão frescos em sua mente, alertando-o para poupar suas economias. Assim, ele pode suprimir o impulso e passar por cima da tentação mesmo sem muito tempo para reflexão, explicaram os especialistas.
A história é muito diferente se o mesmo caçador acabou de ser promovido no trabalho. Nesse caso, ele sente que merece ser recompensado pela própria vitória com um agradinho a si próprio – e, aí, o preço alto pode não ter tanta importância.
No futuro, os pesquisadores pretendem fazer novos experimentos com os dois grupos para entender melhor o que leva as pessoas a fazer compras por impulso e ajudá-las a evitar gastos desnecessários.
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