Você provavelmente aprendeu como reciclar papel na escola em algum momento. O processo básico é divertido e mostra quão fácil e simples a reciclagem pode ser. Enquanto reciclar é importante, existem algumas perguntas que devemos fazer antes de iniciar seu processo.
Antes de começar o processo de reciclagem de folha de papel, fique atento se os dois lados foram usados. Seja criativo e gaste um pouco de tempo para formar um bloquinho de rascunho. É simples: pegue as folhas utilizadas apenas de um lado, vire-as com a parte “limpa” para cima e grampeie. Pronto! Agora é só usar o papel o máximo que puder antes de descartá-lo corretamente em pontos de coleta seletiva. Caso você esteja se sentindo no clima do artesanato, confira a matéria “Aprenda a fazer reciclagem de papel em casa“.
Compreender como se dá a origem do papel, cuja matéria-prima principal é a madeira, é muito importante para saber o porquê de economizar. Após cortadas e picadas, as madeiras são submetidas a processos que envolvem consumo de água e agentes químicos na formação da polpa, no branqueamento e na separação da celulose e de outros resíduos. Em razão da quantidade de matéria-prima utilizada, do consumo de água e do uso de muitos produtos químicos, o processo envolve potenciais riscos ambientais. Ao longo do tempo, via regulamentação e desenvolvimentos tecnológicos da indústria, os riscos ambientais foram reduzidos, seja no uso da celulose produzida de madeira de reflorestamento, seja na busca de agentes químicos de menor potencial contaminante, em substituição ao cloro, por exemplo, elemento reconhecidamente tóxico.
Dados recentes apontam que o Brasil consegue reciclar cerca de 46% de todo o papel produzido em território nacional, de acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Mais um motivo para evitar o uso desnecessário.
Através da seletividade de suas escolhas, o consumidor pode assumir um papel ativo nessa evolução. Reconhecer que nem todo tipo de papel é igual é um ótimo começo. Há empresas que possuem o selo do Forest Stewardship Council (FSC), que atesta o uso ambientalmente equilibrado das árvores para fins de produção de papel, utilizando madeira de reflorestamento.
Você também deve se atentar para duas siglas que a embalagem do papel pode ter: ECF e TCF, associadas a técnicas utilizadas para branqueamento das folhas de papel em seu processo de fabricação. Elas significam, respectivamente, Elemental Chlorine Free (usa dióxido de cloro como alternativa ao cloro) e Total Chlorine Free (não utiliza cloro ou seus compostos) e dizem respeito à possibilidade de formação de dioxinas, perigosa substância tóxica formada como subproduto industrial.
No Brasil, já houve uma tentativa de estabelecer uma lei que obrigasse os produtores de papel a fabricar apenas os modelos TCF, mas não foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em 2009. A grande maioria dos produtores nacionais utiliza modelos ECF. O Greenpeace recomenda apenas que os TCF sejam usados, mas não há uma posição conclusiva na sociedade sobre grande vantagem dos produtos sem cloro em relação aos que não possuem cloro elementar.
Além de verificar os selos apresentados acima na hora da compra, sempre que possível, dê preferência a produtos branqueados naturalmente ou não branqueados, para evitar problemas com dioxinas. E, claro, veja se não há mais nenhum cantinho do papel que possa ser utilizado. Caso contrário, encaminhe-o para a reciclagem.
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