Como tratar água da chuva? Há quem acredite que não seja possível tratar água da chuva para consumo próprio. Mas não só é possível, como pode ser uma atitude sustentável.
Confira o passo a passo de como tratar água da chuva. Entretanto, antes de tratar água da chuva, lembre-se que é preciso saber como armazená-la da melhor forma possível. A folha da imagem acima não é o melhor lugar para isso!
Mesmo em regiões metropolitanas, onde a concentração de poluentes no ar costuma ser mais elevada, a água da chuva, se bem filtrada e tratada, pode se tornar potável e apta para ser consumida. Segundo o professor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Caetano Sanches Mancuso, “o processo de purificação pode ser realizado em casa. Quanto mais limpa for a captação, melhor. Assim que armazenar, a água pode ser colocada em filtros convencionais de cozinha, onde a vela, se bem mantida, remove partículas. Após esse processo, o ideal é que a água seja fervida por pelo menos cinco minutos para acabar com as bactérias. Depois disso estará pronta para o consumo”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 110 litros diários por pessoa sejam o suficiente para realizar todas as necessidades, inclusive as de hidratação.
Mas antes de filtrar a água da chuva, veja nos tópicos abaixo como captá-la e armazená-la antes e depois do tratamento.
Para tratar a água da chuva, utilize um filtro a vela. Insira a quantidade de água desejada e espere o filtro fazer seu trabalho. Em seguida, retire a água do filtro e ferva-a em uma panela por pelo menos cinco minutos. Normalmente, depois desse processo, a água estará pronta para o consumo, mas se você sente mais segurança utilizando cloro, pode adicionar 16 gotas de cloro sem cheiro a cada 20 litros de água. O cloro é muito eficaz para eliminar micro-organismos patógenos e tem salvado a humanidade de doenças infecciosas há muitos anos. Entretanto, seu uso a longo prazo também está associado ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
A melhor forma de armazenar água da chuva é utilizando uma cisterna. E quanto mais rapidamente a água for utilizada, melhor.
Mas atenção: evite consumir a água da chuva antes de filtrá-la, pois em seu estado original ela não é potável, devido à presença de substâncias contaminantes na atmosfera. Essas substâncias tóxicas estão presentes principalmente nos centros urbanos e nas cidades industriais. Saiba mais sobre o assunto na matéria: “Água da chuva é potável?“.
Na queima de combustíveis, são liberados gases cancerígenos como o benzeno e outros poluentes. Mas mesmo em cidades afastadas dos centros urbanos e de cidades industriais, o ar também pode estar contaminado.
Isso porque os poluentes podem se deslocar por longas distâncias. Além disso, a água da chuva formada no campo pode ter excesso de cálcio e potássio. Já as nuvens do litoral têm muito sódio. Essas substâncias podem causar hipertensão e problemas de coração, entre outros. Ou seja, água de chuva sem tratar não é recomendada para consumo. Mesmo a água da chuva armazenada em cisternas não é potável, precisa ser tratada antes.
Para armazenar a água da chuva, utilize cisternas adequadas para isso. Confira tipos de cisterna existentes na matéria: “Tipos de cisternas: modelos do cimento ao plástico“. E para saber como adquirir cisternas de qualidade, confira a matéria: “Comprar cisterna: modelos para captação de água da chuva“.
Ao adquirir cisternas, além de comprar um local adequado para armazenar água da chuva, você também poderá utilizá-las para a água de reúso da máquina de lavar, do ar-condicionado, da piscina, do chuveiro, entre outras. Mas fique atento: diferente da água da chuva, não se pode tratar água de reúso para o consumo e essa água deve ser armazenada em uma cisterna em separado. Entenda melhor esses tipos de água na matéria “Água de reúso e aproveitamento de água da chuva: quais as diferenças?“.
Na hora de armazenar água da chuva para o tratamento e posterior consumo, é preciso descartar a primeira leva de água, a fim de eliminar a maior concentração possível de poluentes que se acumulam principalmente nas calhas.
Para o bom armazenamento da água da chuva, é preciso utilizar um filtro na cisterna, evitando o aparecimento de mosquitos vetores de doenças – na maioria das cisternas os filtros já vêm acoplados. Entretanto, armazenar água não é brincadeira, é necessário disciplina. As calhas devem ser limpas periodicamente para impedir a contaminação por fezes de ratos ou de animais mortos, entre outros cuidados. Para saber sobre os cuidados e vantagens do armazenamento de água da chuva com mais detalhes, dê uma olhada na matéria: “Captação de água de chuva: conheça as vantagens e cuidados necessários para o uso da cisterna“.
Também é preciso cuidado para armazenar a água da chuva que se tornou potável depois da filtragem. A melhor forma é utilizar recipientes de vidro limpos (de preferência esterilizados com água quente) específicos para esse fim. Mas você também pode utilizar aço inoxidável.
A água que será armazenada deve ser fervida para eliminar eventuais bactérias e larvas. Para aumentar a eficácia da proteção contra organismos vivos, você pode adicionar 16 gotas de cloro sem cheiro a cada 20 litros de água.
Lacre a garrafa e deixe-a longe da luz do sol. Se você não encontrou nenhuma garrada de vidro ou de inox e optou pelo plástico para armazenar a água, mantenha o galão longe de gasolina, querosene e pesticidas, pois a evaporação pode permear o plástico.
Um dos principais problemas da reutilização dessas garrafas é a contaminação bacteriana. Isso porque as garrafas PET são um ambiente úmido, fechado e com grande contato com a boca e com as mãos, um local perfeito para as bactérias se procriarem. Um estudo realizado a partir de 75 amostras de água das garrafas que alunos do ensino básico utilizaram durante meses, sem jamais as lavarem, descobriu que cerca de dois terços das amostras apresentavam níveis bacterianos acima dos padrões recomendados. A quantidade de coliformes fecais (bactérias provenientes das fezes dos mamíferos) foram identificadas acima do limite recomendado em dez amostras das 75 estudadas. As garrafas não lavadas funcionam como criadouro perfeito de bactérias, afirma Cathy Ryan, uma das responsáveis pelo estudo.
Além disso, não adianta lavar a garrafa PET, pois há contaminantes plásticos que não são eliminados, como os bisfenóis. Para saber mais sobre eles, dê uma olhada na matéria: “Conheça os tipos de bisfenol e seus riscos“. Para entender com mais detalhes os perigos de reutilizar a garrafa PET, dê uma olhada na matéria: “Descubra os perigos de reutilizar sua garrafinha de água“.
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