Tarefa não é das mais simples, já que alternativas sustentáveis ainda são muito iniciais
Depois de muitas e muitas ondas, a prancha de surfe já não é mais a mesma. Velocidade, precisão e firmeza, dependendo do nível de desgaste e do modelo, são alterados conforme o tempo e acaba não havendo outra alternativa que não seja a aquisição de um novo equipamento. Fica a pergunta: como descartar pranchas de surfe velhas?
Como a eCycle explicou, a prancha de surfe moderna, apesar de proporcionar uma interação fantástica entre homem e natureza, é feita de matérias-primas potencialmente danosas ao meio ambiente, como o poliuretano e a fibra de vidro (veja mais aqui). Portanto, descartar uma prancha no lixo comum não é uma boa solução, se considerarmos que, apenas no Brasil, a indústria do surfe movimenta cerca de 1,6 bilhão por ano e produz, no mesmo período, cerca de 50 mil pranchas (de acordo com o estudo de Grijó e Brügger).
Alternativas viáveis
Infelizmente, ainda não existe uma alternativa correta de descarte para pranchas de surfe em larga escala e que seja de fácil acesso aos surfistas de todas as regiões do mundo. A alternativa mais viável para danificar o menos possível o meio ambiente é descartar os resíduos das pranchas em aterros industriais ou em aterros específicos para lixo tóxico e assim evitar qualquer tipo de contaminação.
Outras possibilidades
Um estudo de Grijó e Baasch mostra a reutilização de resíduos oriundos da indústria do surfe como agregado alternativo para a construção civil. Os restos das pranchas e as sobras do processo de produção seriam utilizados como substitutos da areia média lavada (um recurso natural não-renovável) para a produção de artefatos de concreto leve e de baixa densidade. O estudo mostra que os resíduos do processo de produção das pranchas têm potencial para serem recuperados e reprocessados como matérias-primas de segunda geração, retornando à cadeia produtiva e econômica, com a possibilidade de gerar oportunidades ao ter a vida útil encerrada. O resultado final é a produção de blocos de concreto com resíduos de poliuretano incorporados, que fornecem isolamento térmico e acústico.
Em Santa Catarina, o shaper Felipe Siebert teve a ideia de criar um vídeo para mostrar como os amantes do surfe podem tentar reconstruir, reutilizar e reciclar suas pranchas com poucas ferramentas. O resultado disso é o documentário curta-metragem Roots Time: Reciclando uma Prancha, que você confere abaixo:
Prancha nova: escolha sustentável
Como a opção de reutilizar a prancha como bloco de concreto ainda não está alastrada, e não é todo mundo que consegue reciclar sua própria prancha, a opção acaba sendo a que recomendamos anteriormente: descarte no aterro sanitário especial. Mas se for comprar uma nova prancha, escolha modelos que utilizem matérias-primas sustentáveis em suas composições. Dê uma olhada neste link para conhecer as diversas opções.
E agora você já sabe: interação com a natureza por meio do surf também passa pela prancha!