fracking, método pode aumentar em até seis vezes a reserva do país, mas há riscos de contaminação da água
Nos próximos meses, o Brasil irá testar uma nova técnica para aumentar em até seis vezes a quantidade de gás natural extraído em três bacias localizadas nos estados de Minas Gerais e Bahia. O problema é que o método é polêmico e controverso, podendo causar terremotos e contaminação dos lençóis freáticos.
O fraturamento hidráulico ou fracking (em inglês) já foi proibido em alguns países da Europa por conta da falta de conhecimento científico sobre os danos ambientais que a técnica pode causar. O método consegue retirar o gás em até 1,5 mil metros de profundidade de um tipo de rocha chamado xisto.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) se prontificou a realizar mais estudos a respeito, pois há grande preocupação com o aumento da incidência de terremotos e contaminação dos lençóis freáticos.
Pesquisadores da Duke University, na Pensilvânia, publicaram, em 2011, um artigo na revista Proceedings of the Nacional Academy of Sciences que alertava sobre o aumento de metano na água potável em áreas próximas a regiões de fracking. Porém, não foi comprovada relação entre as duas ações.
Outra preocupação é com os produtos químicos utilizados no processo de perfuração do solo e abertura de fendas no subsolo. Eles podem vir a contaminar fontes de água mais profundas e, caso isso ocorra, é impossível promover a recuperação.
Brasil
Já no Brasil, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirma que o uso do fracking será bem monitorado e nosso país não irá cometer os mesmos erros dos americanos. De início, a técnica será testada em três bacias: Vale do Parnaíba (MG), Parecis (MT) e Recôncavo (BA).
Espera-se que a quantidade de gás natural do país aumente em até 208 trilhões de pés cúbicos (TCF). O número atual é de 32 milhões de TCF e, segundo a agência de energia norte-americana, caso o fracking dê certo, o Brasil pode atingir a 10ª posição no ranking de maiores reservas.
Filme
Para entender melhor como se dá o procedimento de extração do gás e quais são os problemas envolvidos na nova técnica, confira o trailer do documentário Gasland, do diretor Josh Fox: