Portaria determina a troca de lâmpadas no Brasil por modelos fluorescentes compactos ou LED até 2016, mas o que fazer com as antigas e com as novas lâmpadas? As fluorescentes possuem mercúrio em sua composição
As lâmpadas incandescentes de uso geral, que fornecem aquela luz amarela e esquentam o ambiente estão com os dias contados. Até 2016, elas serão banidas do mercado brasileiro de acordo com portaria dos Ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, e Indústria e Comércio, de janeiro de 2011. Membros do governo e da indústria alegam que a medida tem como objetivo final a redução do consumo de energia.
Segundo o diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux), Isac Roizenblatt, a economia será considerável. “A portaria do governo oferece grandes vantagens aos consumidores que passarão a utilizar de 70 a 80% menos energia em iluminação ao substituir as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas ou lâmpadas a LED, e proporcionalmente economizando na conta de energia elétrica. O país estará economizando investimentos em geração e distribuição de energia” disse.
O Brasil possui cerca de 80% da sua iluminação fornecida por lâmpadas incandescentes (com aproximadamente 300 milhões de lâmpadas desse tipo). As fluorescentes compactas (se encaixam em bocais pequenos), que serão as principais responsáveis pela substituição, são cerca de cinco vezes mais eficientes e têm uma vida útil de três a dez vezes maior do que as incandescentes. As lâmpadas LED são cerca de 6,5 vezes mais eficientes e logo chegarão a ser 10 vezes mais eficientes, além de durarem de 25 a 50 vezes mais. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a economia chegará a 10 terawatts-hora (TWh/ano) até 2030.
O que fazer?
As vantagens da troca são muitas, como redução no consumo de energia e possibilidade de reciclagem, mas o que se deve fazer com as antigas incandescentes e com as recentes fluorescentes compactas? Ao término da vida útil, as incandescentes não têm um destino específico por não serem recicláveis. Elas vão parar em lixões e aterros sanitários. Já as fluorescentes representam um grave risco quando se quebram por conterem mercúrio, um material altamente tóxico (clique aqui para obter mais informações sobre como proceder quando acidentes ocorrerem). Se você se preocupa com o meio ambiente na hora de descartar suas lâmpadas usadas, saiba que o governo e as indústrias ainda não esquentam tanto a cabeça com isso. Poucos postos públicos e privados para o descarte de ambos os tipos de lâmpadas estão disponíveis. Você pode acessá-los por meio da seção Postos de Reciclagem da eCycle. Basta clicar aqui, selecionar o item “Lâmpadas” e digitar seu endereço!
Lâmpada LED – sem mercúrio
Outra alternativa que irá concorrer com a fluorescente compacta é a lâmpada LED. A vantagem é que ela não tem mercúrio em sua composição. “As lâmpadas a LEDs não possuem mercúrio, têm alta eficiência, longa vida, além de outras qualidades e, por isso, é uma tecnologia que vai se tornar forte no mercado a médio prazo”, explicou Roizenblatt.
Logística reversa
A lei de Resíduos Sólidos aprovada no congresso em 2010, após 21 anos de tramitação, determina que a indústria também é responsável por fazer a reciclagem ou o reaproveitamento quando a vida útil do produto tem fim. No entanto, a Abilux afirma que as datas para a implantação desse processo ainda não foram definidas. “O estudo de logística reversa realizado pelas empresas fabricantes de lâmpadas associados a Abilux está sendo finalizado e tem como base o projeto europeu já implantado, com sucesso, em 27 países da comunidade européia”, afirmou o diretor técnico da associação.
Além do preço mais alto das novas lâmpadas, a logística reversa certamente vai encarecê-las ainda mais. “Em breve, haverá um sistema que possibilitará aos consumidores levar as lâmpadas aos pontos de coleta específicos para seu encaminhamento ao descarte adequado. Como este processo tem um custo, todos nós cidadãos estaremos pagando em beneficio do ambiente em que vivemos” disse Roizenblatt.