Concentração está localizada na região sudeste e medidas precisam ser tomadas até 2014
No Brasil, os Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE), assim como demais, são de responsabilidade compartilhada entre todos os atores envolvidos: consumidores, distribuidores, fabricantes, importadores e comerciantes. São tratados de forma especial dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entrará em vigor até 2014, devido o risco associado ao descarte inadequado.
Enquanto as associações de fabricantes buscam a formatação de um plano para cumprir a demanda da PNRS, a sociedade se mobiliza para criar soluções para um problema premente. A primeira etapa do processo de reciclagem é a coleta, que também é a mais logisticamente complexa e onerosa, pois exige uma quantidade enorme de pontos de coleta aptos a receber uma ampla gama de produtos do gênero. Em seguida vem a desmontagem e a separação das peças por matéria-prima e o processamento dos resíduos, para se tornarem novamente matéria-prima de um novo bem de consumo.
Os resíduos sempre foram explorados por catadores ainda que sem nenhum preparo ou conhecimento dos riscos envolvidos. Só a partir do ano 2000 é que o impacto dos resíduos eletroeletrônicos começa a ser levado a sério. Com isso, empresas especializadas e com o conhecimento técnico necessário começaram a ocupar o mercado.
Algumas empresas responsáveis têm utilizado o serviço de recicladores especializados; outras se valem de prestadores não adequadamente capacitados, e o indivíduo opta pela doação ou pelo descarte inadequado.
Riscos
Os REEE podem conter diversos elementos químicos prejudiciais à saúde humana, que geram custos consideráveis para reciclagem. Muitas vezes o custo de desinfecção é superior ao valor obtido em matéria-prima. As empresas produtoras de eletroeletrônicos sociais e ambientalmente responsáveis exigem certificados de sua parceira recicladora, o que também gera custos. Por estes motivos, os recicladores responsáveis têm cobrado pelos serviços.
O mercado de REEE se concentra principalmente na região sudeste, sendo que as outras regiões do país são pouco assistidas – existem apenas pequenas iniciativas pontuais. O governo interessado em certificar empresas de reciclagem tem apoiado a criação de uma norma desenvolvida sob o guarda-chuva da ABNT. Ao certificarem-se, as empresas de reciclagem poderão prestar serviços ao governo e à empresas, facilitando a homologação e a comprovação da idoneidade.
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*Texto baseado no artigo do autor Enio Blay, da Revista Sustentabilidade
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