A fragilidade da Terra vista do espaço reflete a nossa insignificância em relação ao universo
Visitar a cidade perdida de Machu Picchu, as pirâmides do Egito, a muralha da China ou o Coliseu de Roma são momentos especiais e inesquecíveis para qualquer pessoa que tenha essa oportunidade. Olhando para essas construções (mesmo que via fotos ou vídeos), é inevitável o surgimento de algumas questões: quem fez? Por que foi construído? Como foi feito? Quem teve a ideia? Qual era a função? A curiosidade desperta por serem obras impressionantes, com beleza incrível e feitas pelo homem. Agora imagine o tamanho da fascinação de um astronauta ao ter a dimensão da beleza da Terra vista do espaço. O vídeo Overview (confira ao fim da matéria) feito pelo Overview Institute tenta retratar a sensação de quem já teve essa experiência, além de levantar discussões importantes sobre o planeta.
Em 1968, foi tirada pela primeira vez uma fotografia da Terra, durante a missão Apollo 8. No vídeo, filósofos, teóricos e ex-astronautas fazem uma reflexão sobre essas primeiras imagens do planeta. De acordo com quem esteve no espaço, a beleza estética do planeta e uma nova percepção do mundo onde se vive causa o “overview effect” (efeito da visão geral – tradução livre), que pode alterar o comportamento dos astronautas para seguirem a vida na Terra.
As imagens transmitem um certo isolamento, provocado pelo silêncio e pela escuridão do espaço, que hipnotiza os tripulantes das naves a olhar para a Terra. Um outro elemento de destaque no vídeo é a trilha sonora, ela ajuda na imersão, produzindo sensações de fragilidade e, ao mesmo tempo, de grandeza, estimuladas pela contemplação das cidades à noite, dos oceanos, dos desertos e até da aurora boreal.
Sofremos com problemas políticos, econômicos e sociais motivados pela disputa de poder e por questões que remetem direta ou indiretamente ao dinheiro e ao consumo. Esses conflitos, armados ou não, ocorrem entre nações que são delimitadas por linhas imaginárias em mapas de papel e apenas lembramos que essas divisões não existem quando olhamos para onde vivemos por uma imagem do espaço e não pelo mapa.
Podemos ter construído obras monumentais, desenvolvido a mais alta tecnologia, possuirmos os carros mais rápidos ou as maiores televisões, mas tudo isso é irrelevante em relação ao universo. Estamos usando o planeta até o nosso fim e não até o fim dele. Iremos parar de existir, mas essa Terra continuará a flutuar no espaço, por muito mais tempo, apenas sendo o que ela é: uma frágil bola azul envolta no negro do infinito.
Acompanhe abaixo o vídeo na íntegra: