Localizada no interior de São Paulo, usina da Raízen possui plano de ações sustentáveis em parceria com ONG
A usina da Raízen em Maracaí, São Paulo, foi a primeira no mundo a receber o certificado do Bonsucro, o primeiro protocolo de sustentabilidade no setor produtivo da cana de açúcar. A certificação atende 1,7 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, 130 mil toneladas de açúcar e 63 milhões de litros de etanol.
Esse volume representa cerca de 50% da produção total da usina, ligada à multinacional Raízen e que fornece açúcar para a Coca- Cola, que junto com a ONG ambiental WWF, criou uma meta que envolve ações sustentáveis de seus fornecedores. De acordo com Cássio Franco Moreira, coordenador de agricultura e Meio Ambiente da ONG WWF, a certificação, elaborada em conjunto com grupos internacionais, tem como critérios mais difíceis a redução do uso de agroquímicos e substituição de pesticidas. “O ponto positivo para a usina é que ela pode acessar mercados que demandam maior sustentabilidade”, disse.
O certificado também é uma ferramenta importante para medir a transformação social, ambiental e econômica da indústria da cana-de-açúcar. O certificado é composto por 48 indicadores sociais, ambientais e econômicos que atendem a cinco cumprimentos de cinco pontos: legislação local, biodiversidade e impacto ao ecossistema, além de direitos humanos, produção e melhora contínua dos processos. O certificado tem validade de três anos e pode ser prolongado após auditoria. De acordo com Luiz Eduardo Osório, vice-presidente de desenvolvimento sustentável e relações externas da Raízen, a usina entrou no processo para conquistar o certificado desde 2008. “Foram três anos de trabalho intenso”, afirmou.
De acordo com Osório, 72% da cana é colhida de forma mecanizada. “Isto facilita processos e, por exemplo, não há queima após a colheita”, disse. A empresa segue o protocolo agroambiental do Estado de São Paulo, que impede a queima até 2014.
Mais 20 – Segundo o WWF, outras 20 usinas brasileiras devem receber o mesmo certificado ainda este ano. Franco Moreira afirma que o setor sucroenergético tem passivos antigos, como falta de áreas de preservação permanentes e reservas legais, mas que em relação ao desmatamento, não é tão preocupante como a soja e a pecuária, por exemplo.