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Nova técnica ajuda na busca por ingredientes que combatam problemas provocados por chapinhas e secadores

Imagem de Ryan McGuire em Pixabay

Você não vive sem secador, chapinha, aparelho de babyliss ou modelador de cachos, mas sofre para encontrar produtos que minimizem os efeitos do calor nos cabelos? Então, já pode parar de se preocupar! Uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade de Hiroshima, no Japão, promete ser o primeiro passo para encontrar ingredientes ativos capazes de suprimir os danos capilares causados pelas altas temperaturas.

Uma técnica experimental baseada em radiação sincrotron, desenvolvida no Centro de Radiação Síncrotron de Hiroshima, tem ajudado os cientistas a descobrir informações estruturais úteis sobre as proteínas da queratina durante os tratamentos térmicos. A técnica permitiu que os pesquisadores observassem com mais detalhes como o calor altera as proteínas da queratina, auxiliando na busca por ingredientes que possam prevenir os danos aos cabelos. Resultados das pesquisas em andamento foram exibidos na 20ª reunião anual da Protein Science Society of Japan, realizada ano passado.

Como as altas temperaturas prejudicam os fios?

Aparelhos que funcionam com o calor, como secadores e chapinhas, podem fritar as proteínas de queratina, que constituem cerca de 85% do nosso cabelo, tornando-o seco e quebradiço com o tempo. Quando aquecidas, essas proteínas se agregam e suspendem em uma solução, de forma muito semelhante ao endurecimento de ovos crus quando fervidos. A espectroscopia de dicroísmo circular, usada em experimentos para observar a estrutura da queratina, permite que a luz passe pela solução para medição. No entanto, ela só pode funcionar quando a queratina é solubilizada e transparente.

A espectroscopia de dicroísmo circular, usada em experimentos para observar a estrutura da queratina, permite que a luz passe pela solução para medição. No entanto, ela só pode funcionar quando a queratina é solubilizada e transparente. Por isso, observar de perto as mudanças estruturais graduais pelas quais as proteínas de queratina aquecidas passam envolve um desafio: detectar quando as proteínas são agregadas termicamente e suspensas na solução.

Agora, os pesquisadores desenvolveram uma técnica experimental sensível o suficiente para permitir a observação direta do processo de agregação da proteína. Eles usaram radiação síncrotron ultravioleta a vácuo, que fornece iluminação suficiente para analisar a estrutura das proteínas de queratina agregadas, e otimizaram o posicionamento de elementos ópticos para evitar que a luz se espalhasse.

Nova técnica pode ajudar também em pesquisas sobre Alzheimer

O professor Koichi Matusuo, que faz parte da equipe, explica que a técnica baseada na radiação síncroton pode monitorar claramente as alternâncias dos componentes estruturais da proteína da queratina sob as condições de dano pelo calor, o que outros métodos não são capazes de fazer. Ao monitorar as mudanças estruturais das proteínas, é possível julgar com rapidez e precisão quais ingredientes podem, de fato, inibir a mudança estrutural das proteínas da queratina.

As informações progressivas sobre as mudanças estruturais da proteína são o primeiro passo para o desenvolvimento de produtos eficazes na prevenção e no tratamento de cabelos danificados pelo calor. Além disso, os pesquisadores afirmam que a nova técnica também seria útil para elucidar a alternância estrutural de outras proteínas suspensas ou agregadas, como fibrilas amilóides e proteínas ligadas à membrana, que é são a causa do Alzheimer.


Fontes: Hiroshima University e Phys.org


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