Amantes de velocidade que sempre duvidaram da capacidade dos veículos elétricos deveriam repensar essa posição
A maioria das pessoas com quem conversei sobre veículos elétricos costuma imaginá-los como aquele carrinho compacto que hipsters solteiros usam (apesar dos problemas com a infraestrutura) e que só aparecem em cidades “alternativas” na Europa. A tecla de “desempenho” é batida com frequência nessas discussões, já que o alcance em quilômetros por recarga é privilegiado, mas quando o usuário tenta chegar a velocidades mais elevadas, a bateria sofre. De fato, veículos puramente elétricos (não estou falando de híbridos) tendem a ter a velocidade máxima reduzida para poupar bateria, de modo a apresentar maior alcance em quilômetros rodados. Não falemos de carros, mas tomemos por exemplo o I-Road, que a Toyota lançou esse ano: seu alcance é de apenas 50 quilômetros por recarga (que leva cerca de três horas) e sua velocidade máxima não passa dos 60 km/h. Desanimador para quem gosta de sentir a paisagem se tornar um borrão de formas incompreensíveis enquanto passa? Bem, essa motoca aqui parece suprir as mais variadas expectativas.
A Energica Ego 2015 é uma superbike italiana que promete competir no mercado de velocidade automobilístico. Capaz de chegar a até 240 km/h, com nada menos que 134 cavalos de potência, atingindo uma velocidade de 0 a 100 km/h em apenas três segundos. Seu alcance é de cerca de 200 quilômetros, dependendo de quanto o motociclista quiser correr. Não deixa nada a desejar quando se comparada com um modelo de grandes empresas, embora a questão da bateria ainda seja o maior problema: na Europa, é possível carregar a Ego em meia hora, usando os pontos de recarga ChargePoint, que oferecem uma super recarga. Nos pontos comuns, ainda leva cerca de três horas e meia.
Embora tente ser um novo fôlego no mercado, a Ego ainda esbarra num dos maiores problemas para proliferação dos EVs: o preço bastante elevado. O modelo mais básico da moto custa US$ 38 mil; e a versão de “colecionador” chega a US$ 68 mil. Pesado.
O modelo chegou aos Estados Unidos no meio deste ano. Com a falta de infraestrutura e completa dependência dos grandes barões do petróleo, acarretando a falta de estímulo aos veículos elétricos, dificilmente veremos uma dessas no Brasil num futuro próximo.
Para sentir um pouquinho da velocidade que a Ego oferece, confira o vídeo abaixo (em inglês):
Veja também:
–Cara nova: telefones públicos podem virar estações de carga para veículos elétricos nos EUA
–Projeto de recarga para carros elétricos passa por fase de testes em São Paulo
–Empresas buscam dar vida longa a baterias de carros elétricos
–Soluções e problemas do carro elétrico
–Veículos elétricos poluem menos até quando usam energia gerada por carvão
–Sistema de compartilhamento de carros elétricos é sucesso na França– Veículos elétricos vencem desconfiança e já são realidade