Se você já pisou em um formigueiro, com certeza descobriu que tamanho não é documento. Por esse e por outros motivos, muitas pessoas fazem de tudo para se livrar das formigas que aparecem pela casa. Mas não é só a dor da picada desses pequenos insetos que pode surpreender. Recentemente, as formigas, que por vezes são chamadas de praga, foram apontadas como um ator importante contra o aquecimento global.
Um estudo publicado em julho deste ano por Ronald Dorn, um professor de geografia na Arizona State University, em Tempe, nos Estados Unidos, observou que a presença de algumas espécies de formiga em formações rochosas aceleram a capacidade de captura de carbono em 335 vezes.
Rochas constituídas de cálcio e magnésio naturalmente absorvem CO2 da atmosfera. Esse processo resulta em pedra calcária rica em carbono ou dolomita e, há muito tempo, ajuda a regular não só os níveis de CO2, mas as variações de temperaturas.
Quase que por acidente, Dorn descobriu que, quando essas rochas são habitadas por formigas, os índices de captura de CO2 se elevam consideravelmente. O porquê desse acontecimento ainda incita curiosidade. Não se sabe ao certo qual o fator essencial que contribui para a aceleração da captura. O aumento do carbono nas rochas pode ser desencadeado pelos micróbios que as formigas carregam, pelas secreções que liberam ou por outra causa ainda não descoberta.
Quando esse mistério for resolvido, novas tecnologias poderão ser desenvolvidas sem necessariamente implicar no uso das formigas. Entretanto, Dorn não deixa de ressaltar a importância desse animal para diminuir o impacto das emissões diárias de carbono.