Com apoio da FAO, representantes das principais comunidades indígenas do Panamá foram capacitados a operar novas tecnologias para combater o desmatamento e mitigar os efeitos das mudanças climáticas
Imagem: FAO Panamá
Com o apoio da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Ministério do Meio Ambiente do Panamá, moradores das principais comunidades indígenas panamenhas foram capacitados a operar drones – veículos aéreos não tripulados – e realizar um monitoramento florestal comunitário.
A implementação dos drones é parte de um projeto de monitoramento comunitário nas florestas dentro de territórios indígenas no Panamá, e inclui formação teórica e prática, suporte técnico e fornecimento de equipamento e software necessário.
“Estas ferramentas nos permitem conhecer as características das florestas e os recursos que temos em nossos territórios”, disse Eliseo Quintero, representante da região indígena do Ngäbe-Bugle. Ele destacou ainda que a participação de diferentes atores e organizações é fundamental para o cuidado dos recursos naturais.
Segundo a FAO, o monitoramento florestal comunitário permite gerar informações de alta precisão, o que permite melhorar a gestão e a tomada de decisões sobre os territórios, o que também contribui com a estratégia nacional de redução da emissão de gases do efeito estufa, liberados pelo desmatamento e degradação das florestas.
Olhando de cima
O principal objetivo da utilização de drones é identificar alterações e processos de desmatamento e degradação nas florestas. Em alguns pontos específicos, essa observação só é possível olhando a partir do céu, e com imagens em alta resolução.
O monitoramento com drones pode gerar informações durante o ano inteiro, e também permite o acompanhamento de incêndios florestais, invasões de terras e monitoramento de safras, permitindo uma melhor gestão dos recursos naturais em territórios indígenas.
A formação dos representantes dos povos indígenas do do Panamá inclui o desenvolvimento de planos de voo, montagem e operação de drones, além do processamento de imagens e a elaboração de mapas em alta resolução.
Mudanças climáticas
Mais da metade do território panamenho é coberto por florestas. Segundo a FAO, uma gestão adequada deste setor tem o potencial de contribuir com a redução da pobreza, mediante a criação de postos de trabalho, produção de alimentos, proteção de bacias hidrográficas e prestação de serviços ambientais, como a captura e armazenamento do dióxido de carbono.
Em abril, na Assembleia Ambiental da ONU, o Panamá disse que espera aumentar a capacidade de absorção do setor florestal em 10%, com a possibilidade de um aumento para 80%, caso receba apoio financeiro internacional. Saiba mais sobre este projeto clicando aqui.
Fonte: ONUBr
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