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Pesquisa indica aumento da expectativa de vida caso o combate à poluição nas cidades chinesas continue no mesmo ritmo

Poluição em cidade chinesa

A guerra da China contra a poluição começa a mostrar os seus primeiros resultados. Apenas quatro anos depois de implementar medidas drásticas para combater a poluição, a China já vê impactos positivos da luta na expectativa de vida de suas maiores (e mais poluídas) cidades, é o que revela uma pesquisa divulgada pela Universidade de Chicago, feito com dados do Centro Nacional de Monitoramento Ambiental da China.

Os parâmetros utilizados são muito semelhantes aos ocidentais e mostram reduções de mais de 30% no nível de poluição em algumas cidades, como é o caso de Pequim, Shijiazhuang e Baoding. Em média, as cidades reduziram a concentração de particulados no ar em cerca de 32% nos últimos quatro anos.

Se esse ritmo de redução for mantido, isso pode representar melhorias significativas na qualidade e expectativa de vida da população das grandes cidades chinesas. O plano nacional divulgado pela China em 2014 exigia reduções na concentração de poluição por particulados finos em pelo menos 10%, dependendo das cidades. Em algumas essa porcentagem era maior, como no caso de Pequim, cuja meta era de 25%. Só ali foram investidos US$ 120 bilhões para esse fim.

Para atingir suas metas de despoluição, a China proibiu a construção de novas usinas termoelétricas acionadas a carvão nas regiões mais poluídas do país, o que incluía a área de Pequim. As usinas existentes tiveram que reduzir suas emissões e, quando isso não foi possível, o carvão foi substituído por gás natural.

Cidades como Pequim, Xangai e Guangzhou restringiram a circulação de carros nas ruas e minas de carvão foram fechadas em todo o país. A capacidade de produção de ferro e aço também foi reduzida. Outras medidas foram mais agressivas, como a remoção de caldeiras a carvão usadas para o aquecimento de moradias e prédios comerciais, na metade do ano passado – cidadãos e até escolas passaram o último inverno sem aquecimento.

O projeto é ambicioso e ainda deve custar um bom dinheiro ao governo chinês, especialmente da forma como tem sido feito, por meio de imposições estatais, mas já mostra os seus primeiros indicadores positivos. Usando dados de quase 250 monitores governamentais espalhados pelo país, que são muito semelhantes aos usados pela embaixada dos Estados Unidos em Pequim e nos consulados americanos espalhados pela China, foi possível constatar grandes melhoras.

A maior parte das regiões analisadas registrou um declínio superior ao projetado e foi justamente nas cidades mais populosas que a queda de poluição foi maior. Em Pequim a queda foi de 35%, Shijiazhuang reduziu sua poluição em 39% e Baoding, que em 2015 foi chamada de a cidade mais poluída da China, reduziu sua concentração de partículas em 38%.

Quando esses números são convertidos em expectativa de vida, se mantidos os atuais ritmo e patamar, a expectativa de vida média nos 204 municípios analisados cresce em 2,4 anos. Os cerca de 20 milhões de habitantes da região metropolitana de Pequim viveriam 3,3 anos a mais, os de Shijiazhuang, 5,3 anos a mais e os de Baoding, 4,5 anos a mais.

A velocidade com que as cidades chineses conseguiram reduzir suas concentrações de poluição no ar é impressionante. A guerra contra a poluição na China ainda tem um longo (e custoso) caminho pela frente, mas já mostra resultados positivos sobre a qualidade de vida das pessoas.



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