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Representantes do mercado financeiro querem que empresas tomem ações para minimizar os riscos do desmatamento e da perda de biodiversidade

Amazônia em chamas

230 investidores institucionais, que representam US$ 16,2 trilhões em ativos sob gestão, estão convocando as empresas a tomarem medidas urgentes de combate ao desmatamento e aos riscos que a perda de biodiversidade representa. Divulgado nesta quarta-feira (18), o comunicado demonstra preocupação quanto aos incêndios na Amazônia e aumenta a pressão internacional sobre o Brasil.

“É com profunda preocupação que acompanhamos a crescente crise de desmatamento e incêndios florestais no Brasil e na Bolívia”, diz a declaração. “Como investidores, que têm o dever de agir no melhor interesse de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos”.

A declaração, coordenada pelas organizações sem fins lucrativos PRI (Principles for Responsible Investing, em inglês) e Ceres (organização de investidores que incentiva a adoção de práticas sustentáveis nas empresas), vem na esteira de um novo relatório especial sobre mudanças climáticas e terras divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, que mostra que 11% das emissões globais de gases de efeito estufa são causadas por problemas de manejo florestal e uso da terra, incluindo o desmatamento impulsionado por mercadorias.

“A crise crescente no Brasil e na Bolívia é um indicador claro dos riscos contínuos para a economia global dos impactos combinados das mudanças climáticas, desmatamento e mudanças no uso da terra”, disse Lauren Compere, do Boston Common Asset Management. “Como investidores, temos a responsabilidade de lidar com essas ameaças em nossos portfólios ao longo da cadeia de valor, desde produtores agrícolas até bancos que os financiam. Podemos resolver isso por meio de mecanismos e soluções financeiras que atendem aos melhores interesses de nossos clientes, do meio ambiente e das comunidades que afetamos no terreno. ”

Assinam o documento grupos como a Amundi, maior gestora de recursos da Europa, bancos como o BNP Paribas e grandes fundos de pensão, como o sistema de aposentadoria dos funcionários públicos da Califórnia. São representantes de mais de 30 países que, cientes de que o desenvolvimento econômico é possível sem depredação ambiental, pedem às companhias que implementem políticas contra o desmatamento e aumentem a transparência em suas cadeias de fornecimento.

O comunicado também incita as empresas a estabelecerem um sistema de monitoramento para acompanhar se os fornecedores estão cumprindo as legislações ambientais. Outra exigência é a divulgação de relatórios anuais sobre a exposição ao risco de desmatamento – a ideia é que as empresas demonstrem aos seus investidores que são capazes de eliminar os riscos econômicos e reputacionais gerados pelo desmatamento.

“O desmatamento e a perda de biodiversidade não são apenas problemas ambientais. Existem efeitos econômicos negativos significativos associados a essas questões que representam um risco que nós, como investidores, não podemos ignorar”, declarou Jan Erik Saugestad, CEO da Storebrand Asset Management e um dos signatários.


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