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Pesquisadores revelam que mais da metade dos mamíferos locais desapareceu nos últimos 500 anos

Imagem de Nareeta Martin em Unsplash

A enorme variedade de mamíferos encontrada nos trópicos americanos não é segredo para ninguém. As Américas do Sul e Central são mundialmente reconhecidas pela biodiversidade e importância para o equilíbrio ecológico do planeta. No entanto, um estudo publicado na revista Scientific Reports revela que essa realidade vem sendo ameaçada há pelo menos 500 anos.

Conduzido pelos pesquisadores Juliano André Bogoni e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e Katia Ferraz, da Universidade de São Paulo (USP), o estudo traz números preocupantes. Desde o início da colonização pelos europeus, em 1500, aproximadamente 56% dos mamíferos originários da região neotropical desapareceram, em um processo conhecido como “defaunação”.

Segundo os cientistas, a atividade humana é a principal causa dessa defaunação. Mamíferos de médio e grande porte, como queixadas e antas brasileiras, foram as espécies mais afetadas pelo fenômeno.

O estudo também alerta para o impacto cada vez maior da defaunação nos principais biomas ainda relativamente intactos, que estão sendo rapidamente afetados pelo desmatamento.

A pesquisa

Para desenvolver o trabalho, os pesquisadores examinaram todos os inventários de animais em mais de mil lugares de estudo neotropicais publicados nos últimos 30 anos, que compilam dados sobre a região desde a era colonial.

Os resultados foram elaborados com base na análise de 165 espécies e das perdas locais em mais de mil assembleias – conjuntos de espécies coexistentes – de mamíferos de médio e grande porte, abrangendo 23 países, como México, Argentina, Chile e Brasil.

Essas descobertas revelam que mudanças de habitat, como extração de madeira e incêndios, e caça excessiva são as principais causas da extinção de espécies e da redução de tamanho das assembleias locais. Ao longo do tempo, a média de peso dos animais que compõem essas assembleias passou de aproximadamente 14 kg para apenas 4 kg.

Esforços para conservação devem ser mobilizados

Para Juliano Bogoni, os resultados obtidos pela equipe de pesquisa podem servir para incentivar as políticas internacionais de conservação e restauração da biodiversidade nativa.

“Mais esforços de conservação devem ser mobilizados para evitar que os biomas mais intactos da fauna, como a Amazônia e o Pantanal, sigam os passos dos chamados ‘ecossistemas vazios’, atualmente típicos de áreas historicamente degradadas, como a Mata Atlântica e a Caatinga”, afirma.

Para ele, esses esforços devem assegurar a aplicação da lei nas áreas de proteção ambiental já existentes e a redução de pressões políticas para diminuir a extensão dessas áreas.

“Devem ser investidos mais recursos no controle eficaz da caça ilegal, sobretudo da caça comercial, do desmatamento e dos incêndios, além de garantir que as áreas sob proteção estejam, de fato, sendo protegidas”, conclui Bogoni.

Desacelerar é preciso

Carlos Peres aponta a importância de unir a gestão de recursos ao contexto socioeconômico, estimulando potenciais alianças locais a preencher uma lacuna institucional em regiões de baixa governança, em vez de afastá-las.

Ele ressalta que há três milhões de anos, desde o período Paleolítico, hominídeos e outros mamíferos têm coexistido em harmonia. No entanto, as perdas na biodiversidade do planeta começaram a se acelerar vertiginosamente após a Revolução Industrial.

“Devemos nos certificar de que essa onda implacável de extinções locais seja desacelerada rapidamente. Caso contrário, as perspectivas para mamíferos neotropicais e outros vertebrados se mostrarão cada vez mais sombrias”, finaliza.


Fonte: Phys.org

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