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Pesquisa aponta que cumprir as metas do Acordo de Paris traria benefícios para a saúde, além de reduzir emissões

 Imagem de renategranade0 em Pixabay

Uma pesquisa do Lancet Countdown on Health and Climate Change, publicada este mês no periódico científico The Lancet Planetary Health, revela que milhões de vidas poderiam ser salvas se os países cumprissem as metas estabelecidas no Acordo de Paris, firmado em 2015. As descobertas destacam o incentivo adicional de melhorias para a saúde humana a partir do combate às mudanças climáticas.

Segundo o estudo, as chamadas ações climáticas não só contribuiriam para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, mas também evitariam milhares de mortes prematuras em todo o mundo. Medidas mais duras para conter as emissões salvariam vidas por meio de dietas mais saudáveis, níveis mais altos de atividade física em viagens ativas, como caminhadas e ciclismo, e redução na poluição do ar pela menor queima de combustíveis fósseis.

A pesquisa analisou três cenários: prosseguir no caminho atual, aumentar os esforços para atingir as metas do Acordo de Paris e adotar um cenário ainda mais ambicioso, que colocasse a saúde no centro do combate às mudanças climáticas. Em seguida, a equipe mensurou quais seriam os impactos na saúde se nove países signatários do Acordo – incluindo Estados Unidos, China, Brasil e Reino Unido – impulsionassem seus planos nacionais de ação climática para cumprir as metas de Paris.

Em comparação com o cenário atual, o cenário de caminhos sustentáveis ​​resultou em uma redução anual de 1,18 milhão de mortes relacionadas à poluição do ar, 5,86 milhões de mortes relacionadas à dieta e 1,15 milhão de mortes associadas à inatividade física, nos nove países, até 2040.

A adoção do cenário de saúde mais ambicioso em todas as políticas climáticas resultaria em uma redução adicional de 462 mil mortes anuais atribuíveis à poluição do ar, 572 mil mortes anuais atribuíveis à dieta e 943 mil mortes anuais atribuíveis à inatividade física. Esses benefícios seriam conquistados com a mitigação das emissões diretas de gases do efeito estufa e com ações proporcionais que reduzissem a exposição a poluentes nocivos, bem como com a melhoria das dietas e dos níveis de atividade física entre as diferentes populações.

No Reino Unido, a implementação de políticas para atender às metas climáticas internacionais poderia salvar 98.420 vidas por ano até 2040, por meio de dietas flexitarianas, que priorizam vegetais, legumes e frutas em detrimento da carne. Além disso, 21.486 vidas seriam salvas graças ao aumento na prática de exercícios, enquanto 3.458 mortes atribuídas à poluição do ar poderiam ser evitadas.

Se planos ainda mais ambiciosos fossem colocados em prática, garantindo que a saúde fosse o foco da política climática, 100.100 vidas por ano poderiam ser salvas por meio de mudanças na dieta, com 50% adotando dietas flexitarianas e 50% tornando-se veganas. Outras 5.771 vidas poderiam ser salvas a partir de cortes na poluição do ar e 38.441 com viagens mais ativas, com 75% das pessoas adotando o hábito de caminhar ou pedalar, segundo a modelagem.

Nos nove países analisados, a implementação de planos climáticos nacionais que atendam às metas de Paris poderia salvar 5,8 milhões de vidas com dietas saudáveis, 1,2 milhão de vidas com um ar mais limpo e 1,2 milhão de vidas com o aumento dos exercícios.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Ian Hamilton, autor principal do estudo e diretor executivo da Lancet Countdown on Health and Climate Change, explica que, ao contrário dos benefícios da mitigação do carbono, que são de longo prazo, as vantagens para a saúde de políticas climáticas ambiciosas têm um impacto imediato. Para ele, o Acordo de Paris poderia ser uma oportunidade única de colocar a saúde na vanguarda das políticas de mudança climática, para evitar milhões de mortes prematuras todos os anos.


Fontes: The public health implications of the Paris Agreement: a modelling study e The Guardian


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