A televisão de tubo de raios catódicos (CRT), comumente chamada de TV de tubo, foi um dos produtos mais comuns nos lares por um bom tempo. Criada no início do século XX, ela esteve muito presente na vida de uma infinidade de famílias ao redor do mundo, sendo, em muitos casos, a principal fornecedora de informações e entretenimento. Mas, a cada aparelho quebrado que era jogado fora, quantidades de metais pesados acabavam sendo liberados em aterros e lixões.
De acordo com o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), da USP, monitores CRT e o tubo das tevês antigas contêm grande quantidade de chumbo e essa é a parte mais pesada do aparelho e a mais difícil de ser reciclada – principalmente pelo fato do chumbo ser um metal pesado e que traz uma série de riscos ao meio ambiente e à saúde humana (saiba mais sobre esse tema na matéria: “Mercúrio, cádmio e chumbo: os inimigos íntimos presentes nos eletrônicos“). No aparelho, ele serve para conter a radiação produzida pelo cátodo, que é um canhão de elétrons que fica posicionado na parte traseira do tubo. O tubo de vidro possui uma tela fosforescente, que emite luz ao ser atingida pelos elétrons.
O que fazer?
Se a sua TV de tubo está quebrada, você pode tentar consertá-la em algum local que ofereça esse serviço. Depois disso, se for trocar o aparelho da sua casa, você pode doar o antigo para instituições de caridade, mas sempre verificando se haverá posterior destinação correta.
No caso de optar pelo descarte direto, é possível procurar por fabricantes, mas nem todos aceitam (saiba mais sobre esse tema na matéria: “Monitores CRT: vidro com chumbo é o maior problema“). Segundo o Cedir, a maior parte do material (placa marrom, bobina, ferro, alumínio, plástico, fiação) segue para reciclagem sem qualquer problema, só o vidro do tubo que passa por um processo especial. Há algumas empresas que desenvolveram tecnologia de reciclagem que utiliza raios laser para separar o painel frontal e a parte traseira do tubo de raios catódicos (CRT) dos televisores. Assim, o aproveitamento dos materiais é mais alto, além de acelerar o processo de reciclagem do tubo (que é o mais complexo), em que o chumbo é separado do vidro.
Depois de um desmonte manual das partes da TV de tubo e a separação dos vidros e do tubo do resto dos componentes eletrônicos, há a reciclagem desse vidro com chumbo. O processo é o seguinte: em uma máquina especial, que é vedada, evitando o vazamento dos componentes das peças, a tela (que tem pouco chumbo) é separada do tubo (que tem muito chumbo) e também dos componentes metálicos internos. O fósforo, elemento também presente numa TV, é removido por uma máquina especial, para ser reutilizado posteriormente e não causar danos ambientais.
O vidro com chumbo costuma ser moído para ser agregado em produtos que necessitam de refração de luz.
Por que reciclar?
Os metais pesados podem causar diversos problemas sérios. Ao jogar uma TV de tubo num lixão, o calor faz com que o vidro contaminado tenda a se romper, liberando o chumbo diretamente no solo, o que pode afetar a população do entorno (caso haja lençol freático nas proximidades) e a saúde dos catadores de lixo.
Onde reciclar
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fabricantes e revendedores são obrigados a receber seus antigos aparelhos de volta. Por enquanto, reciclar TV de tubo ainda não é tarefa tão simples, pois alguns locais que oferecem o serviço não vão até a casa do consumidor buscar o produto e, mesmo que o preço seja pequeno, cobram pelo serviço.
Ainda assim, você pode preencher o formulário a seguir para destinar melhor seu descarte.