Exemplos ocorreram na Europa e nos Estados Unidos
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), anualmente há o desperdício de um terço de toda a produção de alimentos no mundo (aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas por ano); em contraste, a esse cenário, cerca de 870 milhões de pessoas passam fome todos os dias. Estima-se que a produção anual de alimentos supriria a demanda de todos, caso não houvesse desperdício e má distribuição de alimentos no mundo. Além disso, quando se faz uma análise econômica e ambiental, as consequências econômicas diretas do desperdício de alimentos (sem incluir peixes e frutos do mar) chegam a cerca de 750 milhões de dólares por ano e, os alimentos produzidos e não consumidos utilizam um volume de água equivalente ao fluxo anual do rio Volga na Rússia e são responsáveis pela emissão de 3,3 milhões de toneladas de gases do efeito estufa.
Iniciativas
Para que seja possível a diminuição do desperdício, é necessário identificar onde ocorrem essas perdas – no estudo desenvolvido pela FAO, ficou constatado que, do total do desperdício, 54% ocorrem na fase inicial da produção, na manipulação pós-colheita e no armazenamento. Os restantes 46% ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo. Medidas para minimizar tal fato já estão sendo tomadas – uma delas é campanha Pensar.Comer.Conservar (Think.Eat.Save – Reduce your foodprint) da iniciativa Save Food (trata-se de uma parceria do UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -, da FAO e da Messe Dusseldorf).
Vegetais “feios”
Um exemplo de campanha contra desperdício foi feito pela empresa Intermaché. Sendo a terceira maior rede de supermercados da França, a companhia alega que um dos principais motivos para um produto vegetal ser descartado é o fato de ele não ter o padrão de aparência que os consumidores estão acostumados, ou seja, são “feios”, porém totalmente saudáveis e consumíveis. O objetivo da campanha, iniciada em 2014, era a venda de hortifrutis que antes seriam jogados fora com o valor 30% menor que os hortifrutis padrão, além disso, foram produzidos sucos e sopas utilizando os vegetais “feios” como matéria-prima. A Inglourious Fruits and Vegetables Campaingn foi um sucesso – em apenas dois dias, as lojas venderam em média de 1,2 tonelada de vegetais. A repercussão foi enorme, mais de 13 milhões de pessoas foram impactadas após um mês, fora a repercussão na mídia (clique aqui e veja o vídeo da campanha).
Seguindo esse exemplo, a nutricionista americana Stefanie Sacks, autora do livro “What the Fork Are You Eating?”, junto com o especialista em resíduos sólidos Jordan Figueiredo, escreveram uma petição em que pedem a grandes empresas para ajudar a combater o desperdício de alimentos, vendendo os chamados alimentos “feios”. Os autores encorajam as pessoas a se juntarem à “revolução das frutas e vegetais feias”, para isso basta pedir às empresas Walmart e Whole Foods para comercializarem esses produtos. Aqui você pode assinar a petição e ajudar a diminuir o desperdício de alimentos.
Fontes: Desperdício de alimentos tem consequências no clima, na água, na terra e no biodiversidade; Think.Eat.Save – Reduce your foodprint; Intermaché – “Inglorious Fruits and Vegetables”; What the Fork are you doing with your produce, Walmart and Whole Foods?; Walmart and Whole Foods urget to sell “ugly” produce, decrease food waste.
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