Segundo a ONU Meio Ambiente, os corais são um dos ecossistemas mais importantes do planeta e estão perdendo suas cores devido aos impactos da mudança climática
Se as tendências atuais continuarem e o mundo deixar de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, quase todos os recifes de coral do mundo sofrerão branqueamento severo, alertou, em 5 de janeiro, um novo estudo do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).
Segundo a agência, os corais são um dos ecossistemas mais importantes do planeta e estão perdendo suas cores devido aos impactos da mudança climática.
Pelas projeções do estudo, os recifes de Taiwan e das ilhas caribenhas Turcas e Caicos serão os primeiros a enfrentar o branqueamento anual. Algumas décadas depois, será a vez dos corais do Barein, do Chile e da Polinésia Francesa perderem suas cores.
Segundo o chefe do Pnuma, Erik Solheim, “as previsões representam um tesouro para os que lutam para proteger um dos ecossistemas mais magníficos e importantes do mundo. Com os dados, pesquisadores e governos poderão agir antes que seja tarde demais e priorizar a conservação”.
O estudo aponta que, em média, os corais vão começar a sofrer um branqueamento anual a partir de 2043. Sem o mínimo necessário de cinco anos para a regeneração, as ocorrências anuais terão um efeito mortal sobre os corais e perturbarão os ecossistemas que eles suportam.
No entanto, se os governos assumirem as promessas do Acordo de Paris e reduzirem as emissões de gases, os recifes terão mais 11 anos para se adaptar ao aquecimento da água do mar antes de começarem a perder a coloração.
Entre 2014 e 2016, houve o maior branqueamento já registrado no mundo, que matou corais numa escala sem precedentes. No ano passado, 90% da Grande Barreira de Corais da Austrália sofreu branqueamento e mais de 20% dos recifes da região acabaram morrendo.
Os recifes de corais já estão sob ameaça devido à pesca excessiva e ao turismo e são muito vulneráveis à mudança climática porque são afetados facilmente pelo aquecimento das águas.
Quando a temperatura do mar sobe, as algas que dão as cores vibrantes aos corais saem do hospedeiro, fazendo com que os corais fiquem brancos. Sem as algas, os corais correm risco de passar fome e ficam suscetíveis a doenças. Acesse o estudo.